ATA
DA CENTÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 16-11-2011.
Aos
dezesseis dias do mês de novembro do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no
Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre.
Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida
pelos vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Todeschini, Dr. Raul Torelly, Elói Guimarães, João Carlos Nedel,
Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta,
Professor Garcia, Sofia Cavedon e Toni Proença. Constatada a existência de
quórum, a senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a
Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr.
Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo
de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Maria
Celeste, Mario Manfro, Mauro Zacher, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Tarciso
Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo vereador Aldacir
José Oliboni, o Projeto de Lei do Legislativo nº 159/11 (Processo nº 3273/11);
pelo vereador Beto Moesch, o Projeto de Resolução nº 041/11 (Processo nº
3623/11); pelo vereador Dr. Thiago Duarte, o Projeto de Lei do Legislativo nº
192/11 (Processo nº 3613/11); pelo vereador Elói Guimarães, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 138/11 (Processo nº 3049/11); pelo vereador Engenheiro
Comassetto, o Projeto de Lei do Legislativo nº 171/11 (Processo nº 3405/11);
pelo vereador Haroldo de Souza, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
024/11 (Processo nº 3482/11); pelo vereador Luiz Braz, o Projeto de Resolução
nº 034/11 (Processo nº 3357/11); pelo vereador Reginaldo Pujol, o Projeto de
Lei do Legislativo nº 184/11 (Processo nº 3529/11). Após, foi apregoado o
Memorando nº 010/11, de autoria do vereador Reginaldo Pujol, deferido pela
senhora Presidenta, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo, hoje, na solenidade de outorga da Medalha do Mérito Farroupilha ao
senhor Cláudio José Allgayer, no Salão Júlio de Castilhos do Palácio Farroupilha,
em Porto Alegre. Também, foi apregoado o Memorando nº 032/11, de autoria do
vereador Sebastião Melo, informando que participará, hoje, de audiência do
Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul para julgamento das contas
deste Legislativo relativas ao ano de dois mil e nove, às quatorze horas, em
Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofício s/nº, da Câmara dos Deputados;
Ofício nº 050/11, do senhor Antonio José Gonçalves Henriques, Diretor Executivo
do Fundo Nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome; e Comunicados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação do Ministério da Educação, emitidos nos dias treze de setembro e três,
treze e dezoito de outubro do corrente. Durante a Sessão, constatada a
existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Octogésima
Segunda, Octogésima Terceira, Octogésima Quarta, Octogésima Quinta, Octogésima
Sexta, Octogésima Sétima, Octogésima Oitava e Octogésima Nona Sessões Ordinárias
e da Vigésima Segunda e Vigésima Terceira Sessões Solenes. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Mauro Pinheiro, Tarciso Flecha Negra, João
Antonio Dib, Paulinho Rubem Berta, Nilo Santos, Airto Ferronato, Luiz Braz,
Idenir Cecchim e Carlos Todeschini, este pela oposição, e a vereadora Fernanda
Melchionna. Às quinze horas e vinte e dois minutos, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi
rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 119/10 (Processo nº 2597/11), em
sua parte vetada, considerando-se mantido o Veto Parcial oposto, por seis votos
SIM e quinze votos NÃO, após ser discutido pela vereadora Sofia Cavedon e pelos
vereadores Aldacir José Oliboni, Engenheiro Comassetto, Dr. Thiago Duarte, Dr.
Raul Torelly, Reginaldo Pujol e Nelcir Tessaro, tendo votado Sim os vereadores
Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto
e Mauro Pinheiro e a vereadora Sofia Cavedon e Não os vereadores Alceu
Brasinha, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães,
Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro,
Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Professor Garcia, Reginaldo Pujol e Tarciso
Flecha Negra. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 119/10,
o vereador Mauro Zacher cedeu seu tempo de discussão ao vereador Dr. Thiago
Duarte. Também, a vereadora Sofia Cavedon afastou-se da presidência dos
trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Em Discussão Geral e Votação,
foi aprovado o Projeto de Resolução nº 030/11 (Processo nº 3190/11). Em
Votação, foi aprovado o Requerimento nº 084/11 (Processo nº 3590/11). Em
Votação, foi apreciado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 003/10
(Processo nº 0814/10). Foi rejeitada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 003/10, por oito votos SIM e treze votos NÃO, em
votação nominal solicitada pelo vereador Mauro Pinheiro, tendo votado Sim os
vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Carlos
Todeschini, Engenheiro Comassetto, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro e Reginaldo
Pujol e Não os vereadores Alceu Brasinha, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Dr.
Thiago Duarte, Elói Guimarães, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz,
Mario Manfro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta e Professor Garcia.
Foi rejeitada a Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 003/10, por dez votos SIM, doze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em
votação nominal solicitada pelo vereador DJ Cassiá, tendo votado Sim os
vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini,
Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Mauro Pinheiro, Reginaldo Pujol,
Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra, votado Não os vereadores DJ Cassiá, Dr.
Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, Luiz Braz, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta
e Professor Garcia e optado pela Abstenção o vereador Nelcir Tessaro. Foi
rejeitada a Emenda nº 03 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 003/10, por doze votos SIM, doze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação
nominal solicitada pelo vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os vereadores
Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini,
Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Mauro Pinheiro,
Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença, votado Não
os vereadores DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães,
João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Mario Manfro, Mauro Zacher,
Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta e Professor Garcia e optado pela Abstenção o
vereador Nelcir Tessaro. Foi rejeitado o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 003/10, por dez votos SIM, doze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação
nominal solicitada pelo vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os
vereadores Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto,
Fernanda Melchionna, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Pedro Ruas,
Reginaldo Pujol e Toni Proença, votado Não os vereadores Airto Ferronato, Dr.
Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, Luiz Braz, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta
e Professor Garcia e optado pela Abstenção o vereador Tarciso Flecha Negra.
Após, foi apregoada a Emenda nº 02, de autoria do vereador João Antonio Dib,
Líder da Bancada do PP, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 024/10
(Processo nº 3642/10) e foi aprovado Requerimento de autoria do vereador João
Carlos Nedel, solicitando que essa Emenda fosse dispensada do envio à
apreciação de Comissões Permanentes. Ainda, foi apregoado o Ofício nº 012/11,
de autoria do vereador Mario Manfro, deferido pela senhora Presidenta,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, amanhã,
em reunião com moradores do Bairro Jardim Itu-Sabará, às quinze horas, em Porto
Alegre. Na oportunidade, em face de Questão de Ordem formulada pelo vereador
Pedro Ruas, a senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca do registro da
presença dos senhores vereadores durante o período de Ordem do Dia. Às
dezesseis horas e vinte e sete minutos, a senhora Presidenta declarou encerrada
a Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto
de Lei Complementar do Legislativo nº 025/11, discutido pelos vereadores Engenheiro
Comassetto e Carlos Todeschini, o Projeto
de Lei do Legislativo nº 179/11 e o Projeto de Resolução nº 042/11, discutido
pelo vereador Professor Garcia; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 022/11, discutido pelos vereadores Reginaldo Pujol, Carlos
Todeschini e Professor Garcia, os Projetos de Lei do Legislativo nos
158, 181 e 153/11, este discutido pelos vereadores Carlos Todeschini e Elias
Vidal, e o Projeto de Lei do Executivo nº 044/11. Durante a Sessão, os vereadores
Professor Garcia, DJ Cassiá, Tarciso Flecha Negra, João Antonio Dib e Reginaldo
Pujol manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Também, foi registrada a presença, neste
Plenário, do jornalista Flávio Pereira. Às
dezessete horas e um minuto, a senhora Presidenta declarou encerrados os
trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã,
à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e
pelo vereador DJ Cassiá e secretariados pelo vereador Paulinho Rubem Berta. Do
que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. MAURO PINHEIRO:
Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras; público que nos assiste; Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo,
tendo em vista a resposta enviada pela Prefeitura aos Pedidos de Informações
sobre os convênios por ela firmados, inclusive com o Instituto Ronaldinho
Gaúcho, não nos resta dúvida de que muito há para ser esclarecido. Já falamos
desta tribuna, cobramos, mas os fatos não foram esclarecidos, são de difícil
explicação. Temos lido e acompanhado as notícias, até pelo Google, sobre essa
Instituição Ronaldinho Gaúcho, que tem o Roberto de Assis Moreira à sua frente,
e temos muitas dúvidas.
O Ver.
Alceu Brasinha já comentou das diversas vezes que essa família trouxe problemas
para o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, mas não por isso, mas por não haver
explicação para as notas fiscais, para os valores, para a forma como foi gasto
o dinheiro público. É uma família que não precisa disso, Ver. Tarciso - que é
um lutador pela causa social, que batalha pelas crianças. Trata-se de uma
instituição comandada pela família do Ronaldinho Gaúcho, pelo seu irmão Assis,
que não tem necessidade de buscar recursos, ainda mais esses na ordem de quase
R$ 6 milhões de dinheiro público, Ver. Elói! Dinheiro público que foi para essa
Instituição, da qual, através dos Pedidos de Informações, não obtivemos a
prestação de contas. E nós, Vereadores, como o próprio Ver. João Antonio Dib
disse aqui, nesta Casa, na segunda-feira, temos a função de fiscalizar. Nós
temos, sim, que fiscalizar todos os gastos e conferir para onde vai o dinheiro
público. Sobre essa instituição Ronaldinho Gaúcho, pelo que consta no Pedido de
Informações - feito por este Vereador e pelo Ver. DJ Cassiá, Vice-Líder do
Governo -, não fica claro onde foi gasto esse dinheiro, para onde foram esses
recursos. E eu acho que nossa obrigação, como Vereadores, é fiscalizar e saber
aonde foram parar esses recursos públicos. E não foram só recursos da
Prefeitura, mas também do Governo Federal, na ordem de quase R$ 6 milhões, Ver.
Tarciso - V. Exª, que trabalha com jovens, com crianças, sabe o quanto é
necessário, o quanto faz falta cada real para implementar ações sociais. E uma
família que ganha tanto dinheiro com o futebol, inclusive dos gaúchos - porque
se criou aqui no Rio Grande do Sul, no Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense -, usa
esse dinheiro de forma, no mínimo, duvidosa - acho que não fica bem.
Por isso
estou aqui hoje, uma vez que já levantei os fatos e tenho justificativas
relevantes para pedirmos uma CPI, Ver. Luiz Braz - que presidiu a CPI da
Juventude -, para esclarecermos essa situação. Tenho certeza de que os nobres
Vereadores irão participar, irão assinar esse pedido, porque, se houver algum
valor indevido com essa família, como suspeitamos, que sejam ressarcidos aos
cofres públicos, Ver. Todeschini.
Se houver
alguma irregularidade, Ver. Alceu Brasinha, que seja feita justiça e que esse
dinheiro retorne aos cofres públicos para que as instituições sérias desta
Cidade possam, Ver. Tarciso, ajudar as crianças necessitadas através de
convênio. Peço a atenção de todos a esses fatos que nós temos aqui, e que
assinem o pedido para uma CPI, para que nós possamos fazer justiça com o dinheiro
público que foi gasto de forma indevida. Muito obrigado e conto com Vossas
Excelências.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Vereador Mauro, é uma pena
que, em nosso País, ainda acontece isso. Até aqui eu até defendo o Ronaldinho,
porque eles usam o nome do Ronaldinho! Ele jamais precisou desse dinheiro! Eles
usam o Ronaldinho, e não sei se é a Direção ou o Presidente, ou o
Vice-Presidente, ou o Secretário desse grande Instituto Ronaldinho Gaúcho. Que
pena! Mas a minha preocupação maior, Mauro, é que, quando assumi a Vereança,
aqui na frente jurei defender as causas boas para Porto Alegre e fiscalizar em
nome desse povo que nos deu a honra e a confiança do seu voto. Onde quer que eu
esteja, Mauro, enquanto eu for Vereador desta Capital, vou lutar por um País
mais justo e por essas crianças mais carentes do nosso País, que precisam tanto
da gente, para que não percam os seus sonhos já aos 12 anos, aos 15 anos. Fazer
uma ONG ou um instituto por dois ou três anos - eu acho isso uma covardia! Eu
acho uma covardia o ser humano pensar por esse lado. Por que não pensar num outro
lado? Por que não pensar no lado do bem, Vereadores Oliboni e Luiz Braz? Pensar
naquele lado do bem, de trazer coisas boas para Porto Alegre, para essas
famílias, para essas crianças que têm sonhos.
Eu ando
muito pelas vilas e pelas escolinhas de futebol, e a minha escolinha já tem 17
anos e nunca usei dinheiro do Governo; os recursos vêm dos amigos que
acompanham o meu trabalho.
E lá na
Zona Norte, onde o Paulinho Rubem Berta está, tem um cadeirante, o Beto, que
sai às 7 horas da manhã para vender balas no metrô até Canoas e volta correndo
para a escolinha perto da Rubem Berta, onde o Jurandir o ajuda. Tem 50 crianças
nessa escolinha e nunca passaram lá para saber se precisavam de R$ 100,00 para
dar um lanche a essas crianças depois do treino. (Palmas.) Para outros, é muito
fácil eu pegar a instituição do Romário, do Ronaldinho, do Fulano, porque isso
dá jornal, dá mídia; mas não dá sonhos para essas crianças! Parem de usar essas
crianças! Parem com isso! Chegou a hora de o Governo Federal dar um basta nisso!
Assim é impossível! Eu fico indignado! Não é pela minha luta de 17 anos que vou
continuar sendo Vereador, não! Eu não precisei do Governo para ter as minhas
escolinhas! Espero, se Deus quiser, que eu nunca precise! Eu acho que isso é um
bem que vem do coração! Se quiserem, que usem o dinheiro com outras coisas, mas
não venham usar com essas crianças! Pelo amor de Deus, não façam isso! Parem de
tirar dinheiro em nome dessas crianças! Dinheiro público. Não façam isso,
gente, pelo amor de Deus! Isso eu não vou aceitar enquanto eu estiver aqui
neste Parlamento.
Mauro,
sou a favor: fiscalize! Acho que nós, Vereadores, temos a aprovação do povo da
nossa Capital para fiscalizar e fazer o melhor por eles. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras; meus senhores e minhas senhoras, ouvindo o nobre Ver. Mauro Pinheiro,
sabendo da sua competência, me surpreendo, e de forma negativa. Um Vereador com
tamanha competência, repetindo-se em três pronunciamentos, sendo que, em parte,
pelo menos, ele foi esclarecido. Evidentemente, vou esclarecer o resto também,
porque mandei cópia do seu discurso para que seja respondido pelo Governo. Ele
está alicerçado em matérias de Pedido de Informações; por isso ele tem notas.
Eu
expliquei, já na primeira vez, que, quando foi feito o primeiro convênio, a
PROCEMPA comprou equipamentos e entregou ao malfadado Instituto Ronaldinho, e
esses equipamentos todos foram retirados e redistribuídos. Perguntou-me aonde
foram? “Não sei”, vou responder. Com relação aos demais convênios, quem sabe,
agora, o Governo Federal responda, porque muitas coisas ocorreram, estão
ocorrendo e estão se somando - não se repetindo! - em razão do Programa Segundo
Tempo, em razão do esporte, em razão do trabalho, dos convênios com as ONGs,
quase todos federais. Um afirma, o outro desmente, e, de repente, a imprensa não
deixa passar nada e mostra até para o mestre Mauro Pinheiro que alguma coisa
está errada lá na União, lá no Governo Federal, que fez os convênios. A
Prefeitura simplesmente foi intermediária; a Prefeitura não tirou dinheiro dos
seus cofres para fazer convênio do Segundo Tempo - não, não! Ele sabe que o
dinheiro foi da União, ele sabe porque é um homem bem informado, ele é
competente, e eu o respeito por isso, respeito a sua sinceridade, inclusive,
mas repetir, Ver. Mauro Pinheiro, não é digno de V. Exª, que pode muito mais do
que isso. É por isso que realmente fico muito triste de ter que ouvir sempre a
mesma cantilena, sempre as mesmas coisas.
Depois de
eu ter prometido que, assim que obtivesse a cópia do discurso na Taquigrafia -
e hoje eu tenho, e hoje foi encaminhada para o Executivo -, nós vamos responder
detalhe por detalhe. Ele merece a resposta, ele merece o respeito. E terá o
respeito e terá a resposta. Portanto, é só aguardar, não há necessidade de
repetir, repetir, repetir, porque nós fomos atentos desde a primeira vez. Saúde
e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Srª Presidenta, Sras e Srs. Vereadores, todos que
nos assistem; Ver. Mauro Pinheiro, o senhor sabe que é muito difícil a gente
explicar na rua toda essa roubalheira que acontece no País de ponta a ponta? É
muito complicado. Quando a gente vai conversar com as pessoas, muitas vezes
elas começam a dar as costas aos políticos. E geralmente aquele político que
trabalha com a comunidade, que trabalha para a Cidade, tem que responder a esta
pergunta: por que é que estão roubando tanto? É muito complicado, Ver. Tarciso
- eu, que sou de uma comunidade humilde, pobre, mas trabalhadora, como o Rubem
Berta, que luta muitas vezes para ajudar a comprar um cordão, um meio-fio para
poder ter um asfalto -; o senhor sabe que é muito difícil fazer isso!
Nós
cuidamos de 80 crianças, Ver Tarciso, porque os pais não conseguem, têm que
trabalhar e botar um alimento em cima da mesa. E nós temos feito o quê? Temos
cuidado dessas crianças. Nós não cobramos nem um centavo, porque seriam 80
crianças na rua - nem um centavo! Quem tem nos ajudado a manter essas crianças
é a FASC, que tem feito um bom trabalho lá. Nós não teríamos condições de
bancar, mas contamos também com o dinheiro da própria Associação de Moradores.
Não temos nenhum empresário que nos ajude! Mas vamos tocando.
Agora,
explicar como é que sete ministros “metem a mão” e só são mandados embora,
devolução não existe; como é que o Instituto Ronaldinho, que ganha milhões...
Como é que o Fulano, Beltrano ou Sicrano... Eu fico com vergonha muitas vezes.
Eu tenho muito orgulho de dizer que sou comunitário. Vou para as vilas, e de lá
saio envergonhado, muitas vezes, porque me fazem perguntas que eu não sei
responder. Perguntam para mim como o Fulano pegou tantos milhões, o Beltrano
tanto, o Sicrano tantos, e nada volta! E vou até as Ilhas, até as vilas mais
carentes de Porto Alegre e vejo as pessoas passando necessidade, e eles
“enfiando a mão”, e fundo!
Isso é
complicado, Vereador, muito complicado! Eu acompanho a sua luta pelas crianças,
seu Projeto de Lei tentando dar um uniforme, um caderno para as crianças.
Imagine quantos cadernos se comprariam com o dinheiro em que eles botam a mão!
Quantos uniformes as crianças poderiam ter? Quantas crianças poderiam estar
fora da rua? Mas dizer tudo isso é chover no molhado, Vereador!
Olha,
Vereador, eu vou lhe dizer uma coisa: eu me sinto impotente para dar uma
resposta às pessoas, porque o povo, o cidadão, os moradores, não querem saber
de Partido, mas querem uma política correta para a Cidade, uma política que
apresente resultados para o cidadão! Não interessa o Partido, a cor, a raça;
interessa o bem público. O cidadão paga os impostos e não tem a oportunidade de
dizer que quer pagar isso e não aquilo! Isso é descontado dele direto! Ele não
tem essa chance! Como nós fazemos isso, Vereador? Qual é a explicação que
podemos dar? O povo, geralmente e infelizmente, coloca tudo no mesmo saco! Como
fazemos isso? Para a gente lutar por um pedacinho de tela para colocar em um
campo para divertir a criançada é a maior briga, é o maior arranca-rabo, como
se diz em linguagem popular, e nós temos que aguentar isso! Eu tenho que dar
uma explicação, tenho que dizer para a Dona Maria o seguinte: “A senhora fica
dando sopa para os que não têm, e eu não tenho como lhe ajudar.” Ela diz: “É,
Ver. Paulinho, a mim vocês não têm como ajudar, mas “meter a mão” como vocês
estão metendo, grosso...”
Outra
coisa que eu ia lhe perguntar: sete Ministros “meteram a mão”. Aqui também,
Ver. Mauro. Não discordo, mas tem que se dar um basta nisso. Este País tem que
passar por um choque. Alguma alternativa tem que ter! Nós não temos mais
condições para aguentar, meu amigo. A rivalidade política, futebolística,
religiosa, tudo isso tem que ser superado para o dinheiro de impostos, que é
pago por nós, pela população, ser devolvido e empregado para as pessoas, para o
cidadão. Fazer “vaquinha” para comprar um meio-fio, enquanto...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente
concede tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: ...é o
que está sendo feito aí, Presidente. É um escândalo em todo lugar! Em todo
lugar! Aí, depois, a gente tem que ir pedir o voto para estar aqui e brigar
pelo dia a dia, Vereador. Com que cara? Como é que vamos olhar nos olhos do
eleitor, do cidadão, e dizer “Eu vim aqui pedir o seu voto”?
A gente
só tem o nosso trabalhinho, Ver. Tarciso. Não somos Vereadores de empresários
ou de quem quer que seja; somos Vereadores da vila, do salário mínimo, atuamos
com o “pé no barro”. Tem alguém aqui mais “pé no barro” do que eu e o senhor?
Pode até ter!
(Manifestação
inaudível do Ver. Nilo Santos.)
O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: O Ver. Nilo tem razão: o senhor é outro, Ver. Nilo. Quero
ser muito honesto: o senhor é do barro, é do morro também. Mas são poucos! O
Ver. Brasinha já não é tanto assim. Não é tanto assim, Ver. Brasinha! Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Srs. Vereadores, assim fica difícil. Eu não quero cortar a
palavra dos Vereadores e estou tendo que pôr um minuto a mais. Eu queria pedir
a compreensão de Vossas Excelências!
O Ver.
Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NILO SANTOS: Srª
Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; senhores e senhoras; o
Ver. Mauro Pinheiro quer mais uma CPI. Ver. Brasinha, o Ver. Mauro Pinheiro
está se especializando em pedidos de CPI! Ver. Mauro Pinheiro, nós temos tanta
coisa para nos envolver, temos tantos problemas para resolver, que é muito mais
fácil deixarmos o Ministério Público fazer o trabalho dele, e nós nos
empenharmos com as obras da Cidade do que ficarmos com mais um pedido de CPI!
Até porque esse pedido de CPI, Ver. Mauro Pinheiro, vai estourar lá em
Brasília. O Ministério da Justiça mandou R$ 2 milhões para cá! O senhor quer
derrubar mais um do Ministério? O senhor quer aumentar a crise em Brasília?
Credo, Ver. Mauro Pinheiro, isso é um problema! É claro, Vereador, que isso
está malfeito; é claro que o Grupo Assis Moreira estava usando isso como um
laboratório de craques também, para poder empresariar depois e faturar em cima.
É claro, mas não somos nós que vamos nos ater a esse tipo de questão, tem que
largar para o Ministério Público, tem verba federal; tem de largar a Polícia
Federal em cima, Ver. Todeschini! Mas não vamos nós, com uma CPI, ficar criando
mais uma crise para a Presidente Dilma aqui, porque o Ministério da Justiça
mandou R$ 2 milhões para o Instituto Ronaldinho. Nós não vamos derrubar mais
Ministro! Não vamos mais derrubar Ministro, Ver. Tarciso! Nós vamos nos
preocupar é com a nossa Cidade aqui, porque este Plenário está discutindo
tantos problemas da Nação, esquecendo-se dos problemas da nossa aldeia. Nós
temos dificuldades, temos tantas coisas com que nos preocupar, Ver. Mauro
Pinheiro!
Infelizmente,
é claro, todo esse processo gerou problemas lá dentro do Instituto Ronaldinho.
E a própria Petrobras é culpada em relação a esses projetos milionários. Se nós
formos analisar, a Petrobras investe, investe, investe em cima de projetos
sociais, desde que dê um retorno na Rede Globo e que o projeto social tenha visibilidade
dentro da mídia nacional. Ma pelos projetinhos como o da escolinha do Morro
Santana, como a da Tinga, como a da Cruzeiro, como o da escolinha de futebol na
Lomba do Pinheiro, a Petrobras não passa nem por perto, não manda nem um jogo
de meias, que dirá um terno um fardamento completo! Então, está tudo errado
nesses investimentos, mas eu tenho certeza absoluta de que a Presidente Dilma,
agora, vai começar a organizar essa questão, vai servir de modelo para o Estado
e para os Municípios também. Tem, sim, de organizar melhor essa verba! Está
saindo para pessoas que não merecem, que não precisam; quem tem dinheiro para
comprar a La Barca tem dinheiro para manter uma escolinha, puxa vida! Não
precisa o Ministério da Justiça mandar R$ 2 milhões para o Assis!
Então,
tem de parar com esse negócio! É muito fácil, Ver. Mauro Pinheiro, algum grupo
como o do Assis Moreira fazer bondade, dar benefícios para as pessoas pobres
com o dinheiro do Governo. Me dá o dinheiro, que eu também vou fazer! Quando eu
mantinha uma escolinha, eu tirava tudo do bolso! Agora vai precisar, o
Ronaldinho, com o salário dele... Parece que, há pouco, ficaram devendo para
ele R$ 2 milhões. Dois milhões são troco para ele, Ver. Cecchim! Precisa ele
receber uma verba da Prefeitura ou verba do Governo Federal para tocar um
projeto para a frente? É uma barbaridade, Ver. Brasinha!
Mas não
somos nós que vamos ficar nos envolvendo e perdendo tempo com esse tipo de
coisa. Larga a Polícia Federal em cima dele, porque tem verba federal; larga o
Ministério Público, e nós vamos meter os pés nas vilas de Porto Alegre, nós
vamos procurar resolver os nossos problemas.
Vamos nos
envolver com as questões sociais do nosso Município, vamos fiscalizar mais
ainda esses investimentos, e ponto final. E está feito o trabalho do Vereador.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Sim, Ver. Garcia.
O SR. PROFESSOR GARCIA:
Consultando todos os membros da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e
Juventude, todos concordaram que a Secretária de Educação e o Instituto
Ronaldinho serão convidados a comparecerem, na próxima terça-feira, às
15h30min, à reunião da Comissão nesta Casa para explicar sobre os convênios.
O SR. DJ CASSIÁ:
Só para deixar claro que todas as informações solicitadas à Secretaria e ao
Governo foram concedidas a esta Casa quando eu era Presidente da Comissão.
Agora, a informação que não veio para nós foi a do Ministério da Justiça, que
mandou, só numa pegada, salvo melhor juízo, R$ 2 milhões.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO FERRONATO: Srª
Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; senhores aqui
presentes; nossos telespectadores e ouvintes, eu vou começar a minha
manifestação falando sobre aquilo que disse o Ver. Nilo Santos: vamos resolver,
meu caro Mauro, os nossos problemas.
E eu vou
começar dizendo que é claro, Ver. DJ e Ver. Paulinho, que temos muitas exceções
dignas de bons exemplos, as ONGs. Agora, toda a vez que o Governo Federal,
estadual ou municipal transfere recurso para ONGs, o perigo bate imediatamente
à porta. É preciso pensar num formato diferenciado para repasse de verbas
dessas questões educativas, sociais e etc. Precisamos mudar a sistemática. Não
é possível que ladrões de dinheiro público, Ver. Paulinho Rubem Berta, se usem
de crianças e pobres para roubar dinheiro público e depois vender, Ver.
Tarciso, como se fossem eles os salvadores da nossa Pátria. E os Governos
federal, estadual e municipal de todos nossos Partidos, me parece, não estão se
dando conta disso. Não estão! Porque há muito “peixe graúdo” interessado nesse
compartilhamento de recursos.
Portanto,
se é preciso mudar, quero anunciar a vocês que eu e o Ver. Tarciso estamos
apresentando um projeto que começou com alguém que me falou sobre o esporte nas
praças; com o Ver. Tarciso, que falou sobre uma Copa do Mundo Juvenil aqui na
nossa Cidade; e começou também com uma reunião que tivemos aqui na Câmara,
quando o ex-Deputado e Conselheiro do Tribunal de Contas, Victor Faccioni, nos
apresentou uma proposta. Vamos apresentar uma proposta para que essas ações de
esporte, de cultura e de lazer sejam desenvolvidas pelo Poder Público, no caso
pelas nossas Secretarias, principalmente pela Secretaria de Educação. Não dá
mais para ficar calado, ouvindo que, a cada dia, se roubam recursos públicos
através de uma instituição-fantasma. Eu assino a CPI. Não dá para ficar calado!
Nós vamos formatar, aqui em Porto Alegre - o projeto já está apresentado - que
olimpíadas esportivas sejam desenvolvidas nas escolas públicas e também
privadas e nas praças públicas e privadas. E que venham recursos da União, do
Estado e também do Município para se conduzir esse processo, porque a questão,
repetindo e finalizando, é que, toda a vez que o Poder Público, com pouquíssimo
ou nenhum controle, a bem da verdade, derrama, esparrama dinheiro público, a
grande maioria desse dinheiro vai parar no ralo da corrupção, de corruptos e
corruptores; não me venham com essa de que é só político e só funcionário
público, porque tem muita gente graúda no meio disso. Um abraço. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Presidente, com isso tudo de CPI ou não CPI, o dinheiro se
foi, e a gente sabe que, neste País, dinheiro que vai não volta mais, essa é a
verdade. A minha preocupação maior agora, Presidente, são aquelas 600 crianças
que estão ao lado da minha escolinha e que eu não tenho condições de atender.
Este coração é enorme e queria atender todas, mas nós não temos condições de
atender. Como fica o sonho dessas crianças, já que tem um CT maravilhoso para
atender?
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Registrado.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidente, Verª Sofia Cavedon, atendendo solicitação da Comissão de Educação
presidida pelo Ver. Professor Garcia, quero comunicar que a Secretária de
Educação, na terça-feira, na Comissão de Educação, às 15h30min, estará presente
com toda a documentação necessária para elucidar as dúvidas do Ver. Mauro
Pinheiro e de qualquer outro Vereador desta Casa, e todos os Vereadores estão
convidados a comparecer na reunião da Comissão de Educação. Saúde e PAZ!
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de
Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª
Presidenta, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras;
senhoras e senhores, os dados colocados desta tribuna pelo Ver. Mauro Pinheiro
merecem a nossa atenção, e o Ver. João Antonio Dib, que é Líder do Governo, já
anunciou agora que estará trazendo para esta Casa os documentos para serem
analisados, a fim de sabermos como esse dinheiro foi gasto e por que tanto
dinheiro para um Instituto de uma pessoa que é rica e que poderia ser mantido
por ela - e aí seria realmente uma atitude nobre do Sr. Ronaldinho, se ele
estivesse mantendo esse Instituto. Mas não, ele estava apenas ali de fachada,
fazendo com que o dinheiro público estivesse trabalhando o seu nome. Isso é uma
coisa absurda, Ver. Tarciso. Eu tenho um respeito muito grande por V. Exª, mas
o jogador Ronaldinho, na verdade, se beneficiou, e muito, colocando o seu nome
num Instituto que não gastou nenhum tostão, para, de repente, dizer que estava
atendendo crianças, sendo que, na verdade, era dinheiro público que estava
sendo empregado para atender essas crianças - e não era pouco dinheiro público,
era muito.
Só que eu
não acredito, Ver. Mauro Pinheiro, como V. Exª também não deve acreditar, em
CPIs, porque as CPIs estão totalmente desmoralizadas. Mas eu vou dizer uma
coisa, Ver. João Antonio Dib: a Polícia Federal, quando foi para desmontar o
Partido que era adversário do PT, aqui no Rio Grande do Sul, veio aqui e fez
toda uma alaúza, fazendo as mais profundas investigações para saber onde estava
o dinheiro público, que, é claro, tinha que ser investigado, mas que, no final
das contas, depois de passado o processo, se viu que muitas daquelas acusações
não tinham nenhuma fundamentação. Mas a Polícia Federal agiu com eficácia
porque estava sendo comandada, na época, pelo Dr. Tarso Genro, que depois
assumiu o Governo do Estado.
Ora, por
que essa Polícia Federal é eficiente apenas quando é utilizada por um Partido
político e não é eficiente para ver as coisas que estão acontecendo, como essas
aqui do Instituto Ronaldinho? Lá deveria estar a Polícia Federal fazendo as
verificações necessárias, Ver. Mauro Pinheiro, para não precisarmos de CPI
nenhuma. Nós precisamos apenas de averiguações corretas, sérias, para que essas
coisas possam ser tratadas de forma que ninguém queira mais usar o dinheiro
público para se autobeneficiar. Eu acho que se a Polícia Federal agisse com
relação ao Instituto Ronaldinho como agiu durante todo ano passado e no ano
retrasado também, em relação ao Governo do Estado, nós teríamos, com toda
certeza, um resultado completamente diferente desse que estamos tendo aqui.
Se
abrirmos uma CPI, sabem o que vai acontecer? Um monte de discursos contra o
Governo, e não vamos chegar a ponto nenhum. Na CPI que eu presidi aqui nesta
Casa - e com toda boa vontade tentamos fazer com que todos os segmentos pudessem
participar -, sabem o que ocorreu? Na última reunião, a Verª Fernanda trouxe
para cá todos os seus amigos, encheu este Plenário de jovens que queriam apenas
apupar a Mesa, não permitindo que pudéssemos encerrar a CPI como tinha que ser
encerrada. Então não dá! Esse tipo de manipulação que tentam fazer do uso de
institutos que já foram sérios no passado, como é o caso das CPIs, é que acabou
desmoralizando as CPIs. Não dá mais para acreditar nisso!
Não dá
para fazer, Ver. Brasinha, uma verificação séria através de CPIs. Se formos
fazer uma verificação séria por meio de CPIs, nós vamos cair no ridículo,
porque de repente vem um grupo aqui e grita, vem outro grupo lá e grita - nós
não podemos realmente fazer o controle disso; na verdade, nós somos vítimas disso
tudo -, os jovens vêm e falam os maiores desaforos aqui para os Vereadores que
estão tentando trabalhar de uma forma séria, e aí o resultado não é aquele que
gostaríamos que fosse, até porque nós temos que mandar o resultado que
obtivermos aqui em CPIs ao Ministério Público, e é lá que realmente as ações
vão andar.
Então,
nesse caso, eu sou contrário às CPIs, mas sou favorável a que a Polícia Federal
aja com a mesma eficácia neste caso como agiu também em relação ao Governo do
Estado no ano passado. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.).
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Srª
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu concordei com o
Ver. Mauro Pinheiro, na sua ânsia de querer saber onde foram gastos os recursos
públicos, onde estão os bens que foram comprados com esses recursos, mas,
quando ele chegou na parte da CPI, aí eu fiquei pensando, Ver. DJ Cassiá:
imagina se tiver que fazer uma CPI com o CAMP - a Bancada do PT sabe muito bem
o que é CAMP -, imagina se fizer uma CPI para descobrir o que tem lá dentro do
CAMP! Então, eu fico preocupado também.
Ver. Luiz
Braz, V. Exª, que presidiu a CPI, com um brilhante Relatório do Ver. Pujol,
lembra-se bem de que eu pedi para que se ouvisse o Ministro Carlos Lupi - isso
há mais de seis ou oito meses -, mas aí foi uma pena que o Ver. Comassetto
votou contra; o Ver. Mauro Pinheiro votou a favor, a Verª Fernanda também votou
a favor, mas eu me lembro, Ver. Comassetto, de que V. Exª entendeu, naquela
época, que não se deveria ouvi-lo. Hoje o senhor seria o primeiro a pedir que
se ouvisse o Carlos Lupi.
Agora, é
uma coisa impressionante o descrédito, a desmoralização e a pouca vergonha que
há em cima dessas ONGs, institutos, OSCIPs. É nome que não acaba mais! Eles
poderiam enumerar o nome de todas elas: sacanagem número um, sacanagem número
dois, sacanagem número três, porque é uma barbaridade! O que estão fazendo de
cursos de qualificação! E, por falar em cursos de qualificação, eu me lembro
agora do Sindicato dos Metalúrgicos. Eu dei uma olhadinha na lista desse
pessoal que recebe recurso do Ministério do Trabalho, do Ministério do Esporte.
Agora, será que criaram o Ministério do Esporte para isso, Ver. Adeli Sell? E
eu vejo que o Instituto Ronaldinho também tem relação com o esporte. Mas tem
uma coisa que ninguém olhou; nós estamos falando aqui da paróquia, mas tem uma
coisa mais grave: eles usam isso, fazem um filmezinho do instituto, vão à
Espanha, à Itália, onde esse pessoal é bem relacionado, e trazem recursos de
lá, e muito maiores do que esses aqui, Ver. Tarciso, em nome das crianças, dos
pobres, dos doentes, em nome de todo mundo. Só que o dinheiro não sai para os
pobres, para as crianças; sai em nome deles, dos donos das ONGs, dos donos das
OSCIPs, dos donos do sei lá o quê. E eu me lembro muito bem de quando essas
organizações enriqueceram. Quando é que elas enriqueceram, Ver. Haroldo? Quando
começou o Governo do PT, em nível federal. Aí, a UNE ficou rica, os sindicatos
enriqueceram, as tais de centrais ficaram milionárias. Por que isso? Para calar
a boca daqueles que reclamavam. Até tosse me dá quando eu falo disso. Engasga a
garganta. Engasga. Engasga, não passa. Não passa porque é demais. Acho que nós
temos que fazer alguma coisa para não só nos preocuparmos com a paróquia - como
diz o Ver. Mauro Pinheiro. Tem que se preocupar com a paróquia; tem que se
preocupar, sim. Tem que se preocupar com a capela, mas tem que se preocupar com
o bispo, com o papa. Quem era o papa de todas essas ONGs aqui no Brasil? O
Presidente Lula. Ele mesmo! Agora eu não vou criticá-lo mais porque ele está
fazendo tratamento, e eu prometi que eu não iria criticar o Lula enquanto ele
estivesse tratando da doença, porque, neste momento, todos somos solidários.
Então, cuidemos de todas essas organizações que se dizem amigas de crianças,
amigas de pobres, amigas de doentes. Elas só usam o nome deles para se
beneficiar; a grande maioria, a grande maioria! Vamos separar esses que fazem
em nome deles e ajudar as pessoas que se dedicam a cuidar dessa turma. Há gente
boa que cuida das crianças, há muita gente boa que cuida dos doentes, há muita
gente boa que cuida de pobre, mas que não usem isso para fazer campanha
política. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Comunicação
de Líder, pela oposição.
O SR. CARLOS TODESCHINI:
Srª Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos que nos
acompanham, pelo menos aqui eu estou ouvindo um discurso comum. Todos estão de
acordo com a ideia de que esse tal de Instituto Ronaldinho Gaúcho foi uma baita
vigarice e que muitos recursos públicos foram desviados, foi utilizada a grife,
a marca de uma personalidade para atrair recursos e para passar a perna nos
governos. Por isso, tendo o fato determinado - e ele está muito claro, Ver.
Mauro -, é necessário, sim, fazer uma investigação, confirmar as
irregularidades para que esse recurso de aproximadamente R$ 6 milhões, o que
não é pouco, seja devolvido aos cofres públicos, porque inúmeras iniciativas
acontecem nas comunidades. São pessoas que têm creche, escolinha de futebol,
que atendem voluntariamente as crianças e que fazem esforços na igreja, do
jeito que podem, para atender e dar algum conforto para os jovens.
Agora, é
inaceitável que alguém, tendo o nome e a imagem que tem - foi divulgado, nos
jornais do fim de semana, que ele recebe R$ 800 mil por mês pelos direitos de
divulgação da sua imagem -, venha querer ludibriar o Poder Público.
O recurso
estava disponível. No dia em que foi assinado o convênio, no último dia do ano
de 2008 ou de 2009, se não me engano, ele desceu de helicóptero. Estavam
presentes a família, o Ministro da Justiça, o Prefeito, os Secretários, enfim,
todas as autoridades pensaram e acreditaram que estaria nascendo ali uma
instituição de boa-fé, uma instituição do bem para ajudar crianças,
adolescentes e jovens.
O que se
sabe, na realidade, é que vários crimes e irregularidades foram cometidos. Por
exemplo, eu sei que o Instituto Ronaldinho responde na Justiça - devido a uma
representação do Ministério Público - por crime ambiental: foram destruídos
praticamente 3 hectares de terra de mata virgem sem licença ou autorização da
Prefeitura. Esse crime ambiental ainda está por ser julgado.
Essa
outra questão é de uma gravidade sem precedentes, por quê? Porque, inclusive,
hoje a prova está lá: o Instituto Ronaldinho está fechado. Por quê? Porque fez
chantagem, queria mais dinheiro. Já recebeu um convênio privilegiado, mas não
deu resposta e está fechado. Isso tem que ser investigado, têm que ser apuradas
todas as suspeitas, todos os indícios, e esse dinheiro tem que voltar para os
cofres públicos! Porque esse sujeito - e nem vou repetir aquilo que escreveram
numa faixa, esses dias, quando ele se apresentou num jogo de futebol, porque
aquilo que diz tudo, uma frase que caracteriza tudo -, essa Instituição tem que
passar pelo crivo desta Câmara. E não basta ser pela Comissão, não basta ser
uma reunião da Comissão, tem que ser uma comissão que faça o inquérito - e o
órgão competente é a Câmara de Vereadores -, para que isso seja investigado,
porque os fatos determinados são existentes, e isso enseja e assegura a
necessidade de uma CPI para fazer com que, pelo menos, todo o dinheiro público
havido irregularmente por esse sujeito retorne aos cofres públicos da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Não é pouco dinheiro, e fará muito bem
atendendo a outras entidades que estão prestando um grande serviço e com grandes
necessidades. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras;
público que nos assiste, eu queria começar com duas questões que me parecem
fundamentais. Primeiro, para evitar falsa polêmica, nós somos a favor de CPI
aqui em Porto Alegre e no Congresso Nacional; nós somos a favor de CPI para
investigar as irregularidades no Ministério dos Transportes, no Ministério do
Lupi; nós fomos a favor da CPI da Petrobras, nós, do PSOL, para investigar as
irregularidades envolvidas com o dinheiro público da Petrobras; nós apoiamos
todas as mobilizações que ocorreram ontem, no Brasil inteiro, em 32 cidades,
contra a corrupção. E não precisou, Ver. Luiz Braz, ninguém motivar esses
jovens que começam a se organizar pela Internet e por outras formas de
mobilização, para que eles saiam às ruas indignados com a bandalheira da
corrupção na política brasileira. Não precisou de nenhuma Vereadora, ou
Vereador, apesar de eu, evidentemente, apoiar a manifestação dos jovens que
estiveram ontem na Feira do Livro, na Cidade de Porto Alegre, para que eles
pautassem os R$ 68 bilhões que foram roubados do dinheiro público nos últimos
oito anos. Nos últimos oito anos, o dado é que R$ 68 bilhões foram surrupiados
dos cofres públicos em todas as esferas; R$ 68 bilhões, repito.
Então eu
gostaria de fazer essa considerações para evitar falsas polêmicas, assim como
discutir a importâncias das CPIs, porque as CPIs são prerrogativas do
Parlamento, uma das prerrogativas muito importantes, Ver. Mauro Pinheiro - e
que bom que V. Exª fez esse Requerimento, porque o Instituto Ronaldinho Gaúcho
e a Secretaria Municipal de Educação têm que explicar a Porto Alegre todos
esses convênios, o paradeiro dos materiais, a suspeita de superfaturamento em
relação às notas apresentadas, que V. Exª muito bem trouxe a esta tribuna. E o
Parlamento é fundamental para essa investigação; o Parlamento deve, pela
Constituição, ter a prerrogativa de investigar. O problema é que os Governos
fazem maioria nos Parlamentos e fazem, a partir da sua maioria, muitas vezes,
que não só o Parlamento perca a independência, mas que faça tentativas claras
de transformar CPIs em CPI chapa-branca ou em arquivamento. E esse foi o
problema da CPI que o Ver. Luiz Braz presidiu. Nós ficamos, todos os meses da
CPI, nesta Câmara Municipal, arrolando as testemunhas, nós fomos à Polícia
Federal, nós coletamos material, nós ouvimos dezenas de pessoas envolvidas na
questão do ProJovem, na Secretaria Municipal da Juventude. Infelizmente, tanto
a presidência da CPI como a relatoria, de uma forma manobreira, foram impostas
a partir dos vinculados ao Governo. Essa é a verdade! Ou alguém aqui esqueceu
que, quando a então Ver. Juliana Brizola pediu a CPI, a tentativa foi de
arquivar a CPI? Ou alguém aqui esqueceu que, quando houve roubalheira na Saúde,
no caso Sollus, os Vereadores dos Partidos da base do Governo foram para
Justiça cassar a CPI? Ora, que vergonha! Eu queria ver explicar, na fila do
SUS, para as pessoas que estão esperando há anos por uma cirurgia, por que
entraram na Justiça para não investigar a roubalheira na Secretaria Municipal
da Saúde, com o convênio Sollus!
E, mesmo
assim, houve a vergonha do Relatório do Ver. Reginaldo Pujol - que não é
pessoal, é político - porque foi um Relatório chapa-branca, porque o Relatório
chegou a conclusões absolutamente contrárias às conclusões da Polícia Federal,
que está indiciando nove por formação de quadrilha, que está indiciando pela
dispensa indevida de licitação! O Relatório do Ver. Reginaldo Pujol
simplesmente minimizou um ano e meio de investigação da Polícia Federal; aliás,
disse o contrário, serviu de salvo-conduto para que os indiciados, Ver. Mauro
Zacher, pudessem usar esse material inclusive para sua defesa! Este que é o
problema: centrar nas CPIs fazendo
com que elas não investiguem nada, para defender o Governo! O problema são as
maiorias constituídas dentro do Parlamento, que estão longe das maiorias do
povo.
E eu
quero dizer uma coisa nesta tribuna: ninguém precisa trazer massas na Câmara
Municipal! A Câmara deveria ser a Casa do povo, e eu espero que, cada vez mais,
o povo venha aqui lutar contra a corrupção! Eu espero que, cada vez mais, o
povo venha aqui lutar por moradia! Eu espero que, cada vez mais, o povo venha
aqui lutar contra a bandalheira do Orçamento! Felizmente, o povo está
acordando! Ninguém precisa ser convidado, convocado, ludibriado e trazido para
a Câmara Municipal, porque, felizmente, a juventude começa a despertar e terá o
apoio do PSOL!
(Não
revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 15h22min): Havendo quórum, passamos à
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 2597/10 – VETO
PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 119/10, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, que
obriga os hospitais e as maternidades situados no Município de Porto Alegre a
prestarem assistência especial às parturientes em cujos filhos recém-nascidos
seja constatado, durante o período de internação para o parto, qualquer tipo de
deficiência ou patologia crônica que implique tratamento continuado.
Pareceres:
- da CCJ. Relator. Ver. Reginaldo Pujol: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Sebastião Melo: pela
manutenção do Veto Parcial;
- da COSMAM. Relator Ver. Dr. Raul Torelly: pela
manutenção do Veto Parcial.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos
termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM
– aprova o Projeto,
rejeita o Veto;
NÃO
– rejeita o Projeto,
aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 09-11-11
(quarta-feira).
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o PLL nº 119/10, com Veto Parcial.
Eu
gostaria de convidar o Ver. DJ Cassiá a conduzir os trabalhos, tendo em vista,
neste Projeto, haver uma Emenda de minha autoria, juntamente com os Vereadores
Toni Proença, Aldacir Oliboni e outros.
(O Ver.
DJ Cassiá assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL
nº 119/10, com Veto Parcial.
A SRA. SOFIA CAVEDON:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu quero recordar
que a proposta do Ver. Nelcir Tessaro previa, no caso de identificação de algum
sintoma de necessidade especial ou de alguma deficiência no recém-nascido, que
o hospital garantisse uma assistência especial, e dizia isso de duas maneiras:
informações sobre os cuidados especiais a serem tomados com o recém-nascido, ou
seja, informar o pai e a mãe sobre quais cuidados devem tomar; e oferecer uma
lista de instituições especializadas na assistência à pessoa com deficiência.
Nós, na
nossa discussão, entendemos que isso era ainda muito pouco para os casos em que
temos clareza de que o atendimento precoce, o diagnóstico precoce, Dr. Raul Torelly, da deficiência, da
doença, do sintoma, o diagnóstico do que está acometendo aquele bebê, Ver.
Oliboni, é muitíssimo importante. Não quero aqui falar para os médicos, mas
quero pedir a palavra técnica dos Vereadores médicos. Aprendi, com muita
humildade, escuto das pessoas que atuam na área - fisioterapeutas, educadores,
médicos - que, se nós começamos a atuar lá no início, uma pessoa com
deficiência terá muito mais condições de superar essa deficiência, de criar
autonomia intelectual, autonomia física. Então, nós compusemos e temos como
diagnóstico toda a discussão que foi feita no outro Projeto aprovado nesta
Casa, que incluiu um capítulo no Código da Saúde, um capítulo sobre atenção em
saúde à pessoa com deficiência, em que nós escrevemos muito sobre a estimulação
precoce, sobre o diagnóstico precoce - eu digo “nós” porque é o conjunto das
entidades que atuam com pessoas com deficiência. Então, além de informar os
pais, nós propusemos um terceiro item, que diz o seguinte: “Encaminhar junto à
rede de atenção básica especializada a primeira consulta para imediato início
do processo que viabilizará o diagnóstico precoce e o conjunto de ações
terapêuticas imediatas que visam evitar o agravamento de problemas de saúde e
permitir a melhor qualidade de vida aos recém-nascidos”. A Emenda é singela,
propõe que a assistente social do hospital - que é o que o Ver. Tessaro propõe
- já ligue para o sistema e diga que está com um bebê com um determinado
diagnóstico ou uma determinada identificação, e o hospital já encaminhe a
primeira consulta com o especialista. Eu não entendo. O Governo argumenta que há
uma ingerência no Executivo. Ora, se nós, como Vereadores, não pudermos indicar
nada ao Executivo, eu não sei mais qual é o papel do Parlamento. Eu acho que
nós identificamos este vácuo. As crianças saem do hospital, os pais vão para o
posto de saúde, entram na fila - quando vão, porque, muitas vezes, por terem
muitas atribulações, por não compreenderem a gravidade do problema, vão para
casa, mesmo com a recomendação de um assistente social - e vão demorar para
encaminhar o atendimento. Digamos que os pais façam isso, entrem na fila do
posto de saúde, mas até conseguirem a primeira consulta... Nós queremos evitar
isso. O que nós queremos - e é uma luta do Kinder, de um conjunto de entidades
que acabam recebendo as crianças já muito grandes, com o problema agravado - é
que a criança que apresente alguma deficiência já saia do hospital para o
sistema, para a consulta, é isso que nós indicamos aqui.
Então, eu
acho que seria muito importante a derrubada do Veto, porque seria um grande
avanço para as crianças que nascem com alguma deficiência e para as suas
famílias. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Aldacir José Oliboni está
com a palavra para discutir o PLL nº 119/10, com Veto Parcial.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente; colegas Vereadores e Vereadoras; público
que acompanha a nossa Sessão, no dia em que nós votamos o Projeto do Ver.
Nelcir Tessaro, tínhamos - e temos - o entendimento de que toda iniciativa que
vem para poder não só indicar, mas solucionar o problema de uma deficiência do
recém-nascido, é de extrema importância. Por isso esta Casa tem tido
iniciativas importantes, como, por exemplo, no passado, eu não sei quem foi o
autor, foi instituído o Teste do Pezinho, que diagnostica muitos problemas que
o recém-nascido pode ter. Nesta Casa, nós votamos o Teste do Olhinho, de minha
autoria. Estou muito bem lembrado disso, porque ele mede a possibilidade de,
logo ali adiante, a criança ter um problema de visão. Com esse teste, isso
acaba. Hoje existem aparelhos muito simples para fazer esse diagnóstico, esse
teste, e ele já está no “pacote” do parto nos hospitais. Temos também o Teste
do Olhinho, e o Teste da Orelhinha, que faz a medição das zonas acústicas, que
trabalha com a ideia da audição, de verificar se tem alguma deficiência. Então,
nós temos o Teste do Pezinho, o Teste do Olhinho, o Teste da Orelhinha, que
acabam diagnosticando uma série de possíveis problemas que o recém-nascido
possa ter.
O que o
Tessaro está dizendo no seu Projeto? Uma vez constatado um problema de saúde ou
uma deficiência nessas crianças, que elas possam ter um tratamento continuado,
porque muitas, depois de nascidas, não têm mais acesso à rede básica ou ao
próprio hospital onde a mãe as ganhou, ou isso fica dificultado. O Governo está
vetando essa parte, dizendo que um grande número de crianças não são da cidade
de Porto Alegre, são do interior do Estado. Mas vejam só: para procurar o
atendimento básico e universal, ela veio a Porto Alegre. Porto Alegre, então,
poderia dar o indicativo de que essa criança, uma vez nascida com algum
problema, poderia ser encaminhada àquele Município, ou via Estado, ou via rede
de Porto Alegre, para que pudesse, num curto prazo, ter atendimento e ser
curada. O Governo está vetando essa parte em que o Poder Público da cidade onde
a mãe teve o bebê possa dar continuidade ao tratamento da criança.
Particularmente,
eu acho que não deveria ter o Veto, e me somo aos Vereadores que vão trabalhar
com a ideia de derrubar o Veto porque acredito que o Poder Público tem a
obrigação, se a mãe procurou o serviço público, de dar continuidade ao
tratamento, porque é um compromisso do Poder Público ajudar a resolver os
problemas de pessoas que nascem com uma certa deficiência.
Então,
nesse sentido, eu queria justificar o meu voto. Acho que o Governo não foi
feliz na ideia de vetar parcialmente o Projeto, mas posso garantir que a ideia
do Ver. Nelcir Tessaro é meritória; com certeza, é para dar continuidade ao
tratamento às crianças, aos recém-nascidos que têm uma certa dificuldade de
procurar o serviço público. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para
discutir o PLL nº 119/10, com Veto Parcial.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Ver. DJ Cassiá, na presidência dos trabalhos; colegas
Vereadores, eu queria agradecer ao Ver. Dr. Thiago a permuta na ordem das
falas. Venho aqui dialogar com os colegas, principalmente com os colegas da
coordenação do Governo, o Ver. João Antonio Dib e o Ver. Mauro Zacher, Líder do
PDT.
Quando
aprovamos este Projeto, proposto pelo Ver. Nelcir Tessaro, nós o fizemos, Ver.
João Antônio Dib, por entender que ele é um bom Projeto.
Neste
ano, a Câmara aprovou o Plano Diretor de Acessibilidade, que permite que a política
municipal se debruce sobre a cidade que inclui, que é a cidade que dá
acessibilidade. Neste caso específico, os nossos colegas da área da Saúde sabem
muito bem - e todos nós conhecemos, de uma forma ou de outra, pelo trabalho,
pelo relacionamento com pessoas das comunidades, alguma família que tem uma
pessoa com deficiência - que muitas das pessoas que têm uma deficiência, por
doenças hereditárias, por síndromes, se a doença for identificada lá no
pré-natal ou no momento do nascimento, se houver um tipo de tratamento, as
crianças podem se incluir na sociedade desde os primeiros momentos, inclusive
conviver plenamente com qualquer outra pessoa. E aqui eu trago o exemplo que
todos conhecem, que é o da Síndrome de Down, que já não é mais sinônimo de exclusão;
se a criança for atendida desde o primeiro momento e receber um processo de
saúde, educacional, pode exercer qualquer atividade, qualquer profissão, como
qualquer um de nós. E isso depende do quê? Depende da identificação do problema
na sua agenda pré-natal e no nascimento.
O que
propõe o Ver. Tessaro? Que a política municipal passe a tratar deste tema. E o
que fez a Ver. ª Sofia, numa Emenda acordada aqui nesta Casa? A Emenda é
simplesmente isto: diz que o médico que está atendendo, que é responsável por
isso, já deixe pré-agendada a primeira consulta para a família numa clínica
e/ou num médico especializado. É simplesmente isso.
Portanto,
eu creio, meus colegas Vereadores, que o Prefeito Fortunati, quando vetou isso,
talvez não tenha recebido as informações necessárias e corretas. Não se trata
de uma Emenda de disputa política; não se trata de um Projeto de disputa
política; trata-se de um Projeto que atende, primeiro a agenda dos direitos
humanos, que se trata de uma agenda que atende à inclusão.
E nós,
prezado Valdir Fraga - o senhor, que assessora o Prefeito -, não queremos que
Porto Alegre seja uma Cidade que possa persistir na política de exclusão; pelo
contrário, nós temos de incluir todos os mecanismos numa política de inclusão.
Então,
neste caso, simplesmente é disciplinado o andamento daquela família que tem uma
criança que nasceu com uma deficiência. E já deixa orientado no sentido de que
o médico já direcione para um segmento especializado para a primeira consulta
e, depois dali, encaixa. Nós sabemos que as famílias que não têm muitos
recursos muitas vezes vão para a fila para poder agendar, não entraram no
pré-natal e acabam não dando a atenção necessária para um ser humano que
precisa desse atendimento logo nos primeiros dias, para que essa sua
deficiência possa ser tratada com cidadania, numa sociedade que o inclua.
Portanto,
meus colegas, trago aqui esta minha fala no sentido de reflexão para que nós
possamos recuperar este tema e dialogar, inclusive, com o nosso Prefeito, que
creio que tem sensibilidade sobre esse ponto. Um grande abraço.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Thiago Duarte está com a palavra para discutir o PLL
nº 119/10, com Veto Parcial.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Sr.
Presidente, Ver. DJ Cassiá; Verª Sofia Cavedon, nossa Presidente de fato e de
direito, só que não em exercício neste momento; eu quero, em primeiro lugar,
dar os meus parabéns ao Ver. Nelcir Tessaro, realmente - aí falo, Ver. Tessaro,
não como Vereador, mas como obstetra, que trabalha na única maternidade
efetivamente pública de Porto Alegre, que é a do Hospital Materno-Infantil
Presidente Vargas -, pelo mérito do seu Projeto.
Mas eu
quero discorrer sobre algumas questões e principalmente colocar o meu
posicionamento sobre o Veto, que eu julgo muito apropriado.
Vamos
ler, Srª Presidente; a senhora incluiu o inc. III, que diz: “Encaminhar, junto
à Rede de Atenção Básica e Especializada, a primeira consulta para imediato
início do processo que viabilizará o diagnóstico precoce e conjunto de ações
terapêuticas imediatas que visam a evitar o agravamento de problemas de saúde e
permitir melhor qualidade de vida aos recém-nascidos”.
Quem é
atento às Sessões da Câmara, principalmente às de quinta-feira, que passam por
rede direta para o nosso público de casa, não deve ter entendido muito bem,
porque o Secretário esteve aqui e colocou exatamente essa situação que está
sendo materializada agora. Ela já existe, ponto um; ponto dois: o paciente não
deve ter que retornar - e isso ele falou aqui quando falou do sistema de
informatização, e eu lembro com bastante clareza - a gente pode recuperar as
notas taquigráficas -, porque fui eu que fiz esse questionamento e observo que
isso, realmente, está acontecendo -, ele não deve passar de um sistema de maior
complexidade, que é o hospital, um sistema terciário, voltar à Unidade Básica
para ser encaminhado. Isso é um erro que aconteceu por muito tempo e que não
pode acontecer mais. E nós estamos observando que não está acontecendo. Do
hospital, ao ser diagnosticado esse problema, ele tem que ser encaminhado para
um local onde efetivamente seja acompanhado ou, no caso, onde possa ser
resolvido esse problema especializado, seja ele qual for. Então, voltar à rede
primária, à rede de atenção básica para depois ser reencaminhado, isso é um
grande erro que existiu por muito tempo, até bem pouco tempo, e, com a rede de
informatização, e principalmente com o Sistema Aghos, isso tem melhorado muito.
Nós, na Comissão de Saúde - o Dr. Raul sabe bem, os outros colegas que
participam da Comissão de Saúde sabem bem -, já tivemos três reuniões neste ano
falando sobre o sistema de informatização; a segunda reunião da Comissão de
Saúde no ano foi exatamente sobre o sistema de informatização, e esteve aqui o
Dr. Arnaldo, que, com bastante profundidade, falou sobre esse assunto, e nós o
abordávamos lá exatamente no sentido do bloqueio da necessidade de o paciente
ter que voltar para o Posto de Saúde para depois ser reencaminhado. Isso, na
verdade, burocratiza o Sistema e faz com que se perca tempo nesse
encaminhamento, e sem dúvida nenhuma, a partir daí, podemos, inclusive, perder
diagnóstico.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr. Thiago Duarte prossegue sua manifestação, a
partir deste momento, por cedência de tempo do Ver. Mauro Zacher.
O SR. DR. THIAGO DUARTE:
Esse é o primeiro aspecto. Nós não temos que retornar à rede básica para
encaminhar para consulta especializada. Isso é um grande erro e isso vinha
sendo feito, porque, infelizmente, era a única forma que se tinha de fazer, mas
agora, com a informatização, isso está sendo corrigido, de forma que pacientes
com fratura de colo de fêmur, que estão no HPS, já têm sido encaminhados para
cirurgia, que não é de urgência, mas que tem que ser feita naquela internação,
via sistema, não precisando retornar à Unidade de Saúde, como era feito
antigamente.
Quero
deixar bem claro esse fluxo, até para orientar a população que nos vê pela
TVCâmara e que nos ouve pela Radio Web, porque os outros hospitais e
maternidades que não são próprios do Município, às vezes têm uma dificuldade no
entendimento desse processo. E é importante que o cidadão que está em casa
possa, recorrendo à Secretaria Municipal de Saúde, à sua Ouvidoria, saber desse
tipo de informação e até orientar os profissionais que trabalham nas demais
maternidades, sejam eles obstetras ou pediatras, de que o paciente não deve
voltar para a Unidade Básica de Saúde. Não é esta a orientação que recebemos da
Secretaria Municipal da Saúde e que ela tem dado: a partir daquela consulta
hospitalar, a partir daquela internação hospitalar, aí, sim, ele deve seguir o
seu encaminhamento especializado, o que já vem ocorrendo.
Eu quero
falar um pouco de prevenção; um dos Colegas que me antecedeu falou bastante de
prevenção. Quero dar o meu testemunho de que, efetivamente, o projeto que mais
contribuiu para prevenção, no pós-natal, de problemas de saúde do recém-nascido
foi e está sendo a Telemedicina, implantada nesta Gestão. O que é a
Telemedicina? Está em locais avançados da Cidade, na sua periferia - na
Restinga, na Ponta Grossa, na Lomba do Pinheiro, nas Ilhas -, onde as pacientes
que estão fazendo o seu pré-natal têm acesso à ecografia, um exame muito
importante para diagnosticar problemas pós-natais. Então, ela vai ao seu posto
de saúde e não precisa deixar os seus outros filhos em casa e se deslocar até o
Centro da Cidade, ou até regiões mais centrais da Cidade, para fazer o seu
exame ecográfico. Ela faz próximo da sua Casa, numa unidade de saúde de
referência de cada uma dessas Gerências Distritais de Saúde, e por aí ela pode
diagnosticar importantes problemas pós-natais. Tanto é assim, que o Hospital
Presidente Vargas - volto a citá-lo - tem um setor, que é o Setor de Medicina
Fetal, que faz o acompanhamento dessas patologias, dessas doenças, dessas
más-formações, desses problemas, desde época anterior ao nascimento do bebê,
quando ainda estava dentro da barriga da sua mãe. Então, ele faz todo o
acompanhamento, vê a viabilidade desse nascimento, o que será necessário para
que ocorra esse nascimento com a maior segurança possível e, efetivamente,
encaminhar essa gestante para a maternidade, e que isso possa ocorrer com o
menor risco possível para esse recém-nascido. Isso já tem sido feito e,
realmente, possibilitou diminuir as mortalidades neonatais, a morbimortalidade
neonatal. Cito um exemplo: existe uma patologia cardiovascular - Tetralogia de
Fallot -, que pode, ao ser diagnosticada no período neonatal, inclusive com
ecocardiografia, ser corrigida e o recém-nascido ter uma vida saudável. Do
contrário, se não for diagnosticado no período neonatal, ela leva à morte. Isso
tem se conseguido diagnosticar, fazendo com que essa gestante tenha o seu parto
no local correto e possa fazer o seu tratamento imediato numa unidade cardiológica.
Então, eu
queria destacar essas questões; agradecer, porque são valiosas as contribuições
dos Vereadores, mas, no caso desta Emenda que foi vetada, eu julgo vetada
acertadamente. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.).
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra para discutir o
PLL nº 119/10, com Veto Parcial.
O SR. DR. RAUL TORELLY: Sr.
Presidente, Ver. DJ Cassiá; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; todos que nos assistem, os
assuntos da Saúde me instigam muito em função da minha participação há 30 anos
nesta área, na cidade de Porto Alegre e, muito especialmente na área da
criança.
Eu já
tive oportunidade, aqui nesta Casa, inclusive - lá se vão dois anos -, de
aprovar uma Lei que, basicamente, levou as crianças de zero a seis anos a terem
a possibilidade de ser melhor atendidas na Cidade, preventivamente, assim como
as gestantes. É aquela Lei que instituiu o PIM - Primeira Infância Melhor -
como uma política permanente na cidade de Porto Alegre. Ou seja, são pessoas da
área da Saúde, da Educação, visitando as gestantes, visitando as crianças
recém-nascidas e estimulando para que essas crianças sejam bem aleitadas, que
elas sejam bem acarinhadas, que haja uma relação especial entre a mãe, a
criança, o pai, a família, porque nós sabemos que a formação dessas crianças do
zero aos seis anos, inclusive a neurológica, vai definir o desenvolvimento para
resto das suas vidas.
No
processo em causa, em primeiro lugar quero saudar a iniciativa do Ver. Nelcir
Tessaro de se preocupar com esta matéria que, realmente, é de extrema
relevância, e dizer que o Ver. Dr. Thiago, que me antecedeu, foi muito feliz no
seu pronunciamento, no sentido de dizer o porquê de mantermos esse Veto
Parcial.
Realmente,
os fluxos que são feitos por essas pessoas, por essas crianças, por essas
famílias envolvidas em questões, muitas vezes, difíceis, porque envolvem a
Saúde no entorno do parto e que podem influenciar a vida toda dessas crianças,
dessas famílias, que têm que ser atendidas na sua plenitude pela especialidade,
sem precisarem retomar a Rede Básica de Saúde.
Então,
esse Veto me parece ser, basicamente, um ajuste possível, adequando os fluxos
para que essas crianças, para que essas famílias, sejam melhor atendidas e
haja, efetivamente, uma possibilidade de que evoluam, de que sejam melhor
tratadas, garantindo um futuro com mais saúde e qualidade de vida.
É nesse
sentido que eu vim aqui me pronunciar, e também resgatar a questão da
ecocardiografia fetal, de que já falamos dessa tribuna, e que, se não me falha
a memória, já aprovamos num Projeto do Ver. Haroldo de Souza, que leva a
obrigatoriedade de a rede pública de saúde, pelo SUS, disponibilizar na sua
plenitude a Ecocardiografia Fetal. Inclusive, tivemos aqui a presença de um
menino, acompanhado de sua mãe - um momento extremamente emocionante -, que
estava se recuperando de uma cirurgia cardíaca, que só foi possível em função
do diagnóstico feito através da Ecocardiografia Fetal. Tive a oportunidade de
acompanhar esse programa, há alguns anos, quando vinha sendo realizada pelo
Instituto de Cardiologia, em algumas Unidades de Saúde da nossa Cidade, através
de um programa capitaneado pelo Dr. Paulo Zielinski. Esse programa, com
certeza, tem dado cada vez mais frutos, salvando um número maior de crianças,
resgatando-as para as suas famílias e para a sociedade.
Na
realidade, estamos aqui para continuar fazendo o nosso papel parlamentar, que é
legislar. Neste sentido, manifesto-me pela manutenção do Veto Parcial, pois
acredito ser o melhor caminho e a melhor forma para que as nossas crianças
continuem sendo atendidas na cidade de Porto Alegre. Obrigado. Saúde para
todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o
PLL nº 119/10, com Veto Parcial.
O SR. REGINALDO PUJOL:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, o Ver. Bernardino
Vendruscolo me disse que, se eu passar dos cinco minutos, ele vai me avisar.
Acredito que não terá essa necessidade, uma vez que serei muito objetivo no
exame desta matéria, até porque a minha posição está registrada nos autos, com
o Parecer que ofereci à matéria na Comissão de Constituição e Justiça desta
Casa, no qual eu digo que, no Veto Parcial, folhas 30 e 31 do expediente, o
Chefe do Poder Executivo Municipal, ao analisar a redação final do Projeto,
muito embora entenda o cunho meritório da iniciativa, assevera que o art. 2º,
inc. III, ao determinar que a assistência especial às parturientes seja
efetivada mediante encaminhamento junto à Rede de Atenção Básica e
Especializada, para a primeira consulta, deixou de considerar o fato de que
existe um significativo número de partos realizados no Município de Porto
Alegre que não são de munícipes da Cidade. Diz ainda que as consulta em Atenção
Especializada para a Região Metropolitana e Interior são regradas pelo Estado e
não pela Capital. Alicerça ainda em suas razões, as afirmativas de que o
conteúdo do dispositivo impõe obrigação, cuja execução não compete ao gestor
municipal, tampouco à instituição que presta o serviço, especialmente a serem
levados em consideração os pacientes atendidos pela rede particular, já que
cabe a esses usuários optar ou não pela assistência do Sistema Único de Saúde
ou pelo setor privado.
Com
efeito, os argumentos para o Veto procedem, razão pela qual ratificamos o teor
do Veto Parcial aposto pelo Chefe do Executivo Municipal, motivo pelo qual
concluí pela manutenção do mesmo, absolutamente justificado, dentro da
competência do Chefe do Executivo, que tem, na Lei Orgânica e no Regimento da
Casa, resguardada essa possibilidade, e alicerçado em fundamentos fáticos que
se impõem à consideração. Se juridicamente à matéria o Prefeito tinha essa
condição de apresentar o Veto, e sobre o mérito nós devêssemos ou não nos
posicionar num sentido ou noutro, eu digo, Ver. Tessaro - V. Exª, que foi o
autor do Projeto sancionado pelo Prefeito Municipal - que o Veto diz respeito a
uma parte do Projeto, que, com as melhores intenções, fere, apresenta esses
obstáculos que foram muito bem sumulados nas razões do Veto do Chefe do Poder
Executivo.
Então,
coerentemente com a posição assumida na Comissão de Constituição e Justiça e de
acordo com a posição aqui colocada, eu acompanharei aqueles que irão votar pela
manutenção do Projeto e, consequentemente, pela aceitação do Veto na sua
plenitude, na medida em que o Projeto, para ser mantido na sua originalidade,
carece dessa decisão. Era isso, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para discutir o
PLL nº 119/10, com Veto Parcial.
O SR. NELCIR TESSARO:
Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores;
público que nos assiste, ocupo esta tribuna para falar um pouco sobre o Projeto
e o Veto à Emenda nº 01, oposto pelo
Sr. Prefeito Municipal.
Quero
dizer, colegas Vereadores, que inclusive me socorri um pouco do médico Ver. Dr.
Thiago para o entendimento da sua fala na tribuna, pela qual eu tive um
convencimento de que o resumo da Emenda nº 01 praticamente estaria contemplado
no corpo do Projeto: quando constatada qualquer tipo de deficiência patológica,
crônica ou de outra maneira pelo hospital, maternidade, esse encaminhamento
seria feito pelo próprio hospital para o atendimento aos órgãos competentes,
aos postos de saúde ou subsequente atendimento para essa criança recém-nascida.
Nesse sentido, também, pelas razões do Veto, quando o Executivo fala da grande
dificuldade em resolver os problemas dos diversos partos realizados em Porto
Alegre, em pessoas advindas do Interior, a dificuldade seria do controle. Caso
fossem obrigados a dar continuidade ao primeiro atendimento pelos postos de
saúde, seria difícil o encaminhamento lá no Interior, na origem; talvez pudesse
ser esse o entendimento do Executivo. Talvez, nós pudéssemos ter uma legislação
estadual que fosse aplicada em todo Estado, para que os postos de saúde do
interior do Estado do Rio Grande do Sul fossem comunicados através de
conveniamento para facilitarem o atendimento e darem continuidade ao trabalho.
Enfim,
nós não podemos, como Município de Porto Alegre, determinarmos o atendimento
contínuo em outros postos de saúde, outros setores no interior do Estado, em
outra esfera.
Eu quero
dizer às Bancadas que me apoiaram e aos meus colegas Vereadores de Bancada que
nós os deixaremos liberados na votação deste Veto, pois entendemos que há
razões no Executivo para vetar, pela dificuldade de sua aplicação e por parte
de sua Emenda já estar contemplada quando, no corpo do Projeto, diz que o
próprio hospital já vai fazer o encaminhamento para o tratamento contínuo e
para que possa assim proceder.
O Sr. Dr. Thiago Duarte: V.
Exª permite um aparte?
O SR. NELCIR TESSARO: Concedo
o aparte ao Ver. Dr. Thiago Duarte para me auxiliar nessa questão médica.
O Sr. Dr. Thiago Duarte: Mais
uma vez, Ver. Tessaro, eu quero cumprimentá-lo pelo Projeto; realmente, era uma
lacuna legislativa que V. Exª acaba de preencher. E quero lhe dizer que essa
sua leitura clara, transparente, é exatamente a mesma visão que tivemos de que
isso já está incorporado ao Projeto. Mais uma vez, parabéns.
O SR. NELCIR TESSARO: Obrigado,
Ver. Dr. Thiago Duarte, pela sua contribuição. Quero, mais uma vez, dizer aos
colegas Vereadores que ficam liberados para votarem da maneira como entenderem:
ou acompanhar o nosso Prefeito Municipal, ou discordar. A nossa Bancada está
acatando o Veto aposto pelo Sr. Prefeito Municipal.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para discutir o PLL
nº 119/10, com Veto Parcial. (Pausa.) Desiste.
Em votação nominal o PLL nº 119/10, com Veto Parcial.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO
o Projeto por 06 votos SIM e 15 votos NÃO. Mantido o Veto Parcial.
Em votação as Atas disponíveis nas Pastas Públicas
do correio eletrônico: Atas das 82ª, 83ª,
84ª, 85ª, 86ª, 87ª, 88ª e 89ª Sessões
Ordinárias e da 22ª e 23ª Sessões Solenes. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADAS.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 3190/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 030/11, de autoria do Ver. Mario Manfro, que concede o Troféu Câmara Municipal de
Porto Alegre à Guarida Locadora e Mediadora de Imóveis Ltda.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Elói Guimarães: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia
por força do art. 81 da LOM em 09-11-11.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Em discussão o PR n° 030/11. (Pausa.) Não há quem queira
discutir. Em votação o PR nº 030/11. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O SR. REGINALDO PUJOL: Em
atenção a V. Exª, estou aqui pedindo que se registre a unanimidade da decisão.
A Casa foi unânime ao decidir essa matéria. Por outro lado, o centésimo pedido:
solicito que corrija a minha bancada, que não funciona há muito tempo.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Foram feitos os registros. Muito obrigado, Ver. Reginaldo
Pujol.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 084/11 –
(Proc. nº 3590/11 – Ver. Dr. Raul Torelly) – requer seja o período de Comunicações do dia 28 de novembro destinado
a assinalar o transcurso do cinquentenário do Lions Clube Porto Alegre – Passo
D’Areia, do Lions Clube Porto Alegre – Menino Deus e do Lions Clube Porto
Alegre – Floresta.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Em votação o Requerimento nº 084/11, de autoria do Ver. Dr.
Raul Torelly. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
PROC.
Nº 0814/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 003/10, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que inclui inc. XXVIII e §§ 14, 15 e 16 no art. 70,
e altera o art. 72 da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973 – que
institui e disciplina tributos de competência do Município –, e alterações
posteriores, incluindo no rol de isentos do pagamento do Imposto sobre a
Propriedade Predial e Territorial Urbana os proprietários de imóveis
danificados por catástrofes e dando outras providências. Com
Emendas nos 01, 02 e 03.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Pedro Ruas: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01;
-
da CEFOR. Relator Ver. Idenir Cecchim: pela rejeição do Projeto e da
Emenda nº 01;
-
da CUTHAB. Relator Ver. Engenheiro Comassetto: pela aprovação do Projeto
e da Emenda nº 01;
-
da CEDECONDH. Relator Ver. Toni Proença: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82,
§ 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia
em 15-08-11;
- votação nula da Emenda
nº 01 por falta de quórum.
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Em votação o PLCL nº 003/10. (Pausa.)
Em
votação nominal, solicitada por esta Presidência, a Emenda nº 01 ao PLCL nº
003/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 08 votos SIM e 13 votos NÃO.
Em
votação nominal, solicitada por esta Presidência, a Emenda nº 02 ao PLCE nº
003/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 10 votos SIM, 12 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib, a Emenda nº 03 ao PLCE
nº 003/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 12 votos SIM, 12 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Solicito
que a Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon, reassuma, por gentileza, a
presidência dos trabalhos, pois eu preciso sair por um minuto e peço que a
senhora me substitua neste momento. Obrigado.
(A Verª
Sofia Cavedon reassume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib, o
PLCL nº 003/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 10 votos SIM, 12 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
O SR. DJ CASSIÁ:
Presidente, eu não consegui votar.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito bem. Fica o registro na Ata, mas já está...
O SR. DJ CASSIÁ: Só
para registrar, por gentileza. Meu voto é “Não”.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Certo. Está registrado na Ata, mas não consta na votação
final.
Apregoo a
Emenda nº 02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, ao PLCL nº 024/10.
Apregoo
Requerimento, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que solicita dispensa do
envio da Emenda nº 02 ao PLCL nº 024/10 à apreciação das Comissões, para
Parecer. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como
se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo o Ofício nº 012/11, de autoria do Ver. Mario
Manfro, que solicita representar esta Casa no
dia 17 de novembro, às 15 horas, na
reunião de moradores do bairro Jardim Itu Sabará.
Eu
aproveito para informar que havia uma iniciativa do Governo, Ver. Dib, de vir a
esta Casa para explicar os andamentos dos projetos da Copa - inclusive a nossa
Diretoria Legislativa colocou esse comparecimento ao final da folha de rosto do
espelho de hoje -, mas não foi confirmada a data com o Secretário Urbano. Houve
um anúncio na Reunião de Mesa e Lideranças de que o Secretário se disporia a
vir à Casa, mas nós não conseguimos confirmar com ele no sentido de que ele
venha amanhã. Então, não está agendada para amanhã a vinda do Secretário
Urbano, da Gestão. Nós reagendaremos, para que o Secretário venha fazer a
apresentação dos projetos relativos à Copa do Mundo.
O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Eu quero fazer um registro a V. Exª, Presidente: eu votei,
na última votação, a favor do Projeto do Ver. Aldacir Oliboni, mas não pude
registrar a minha presença na Ordem do Dia; a não ser antes, quando estávamos
no início da Sessão.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O seu voto...
O SR. PEDRO RUAS: É
o suficiente?
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O seu voto significa: registra a presença. Estamos,
inclusive, na Ordem do Dia, que eu não encerrei ainda. Se V. Exª quiser
registrar presença, poderá fazê-lo, mas acredito que já está registrado.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 16h27min): Encerrada a Ordem do Dia.
O Ver.
João Antonio Dib está com a palavra.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidente, na segunda-feira, na Reunião de Mesa e Lideranças, perguntei se
estava marcado o comparecimento do Secretário de Gestão para esta quinta-feira,
amanhã. Disseram-me que não seria nesta quinta-feira; então, por isso, não foi
marcado o comparecimento do Secretário de Gestão.
A SRA. PRESIDENTE
(Sofia Cavedon): Sim, Vereador...
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu
dava conhecimento a V. Exª de que, na segunda-feira, me informaram que não
seria amanhã a vinda do Secretário de Gestão; por isso eu não o convidei.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Está ótimo. Nós estamos aqui registrando, e V. Exª está
confirmando o registro que fiz. Apenas houve um ruído de comunicação, e nós
acabamos colocando na folha de rosto. Só quis deixar claro a todos vocês. Será
remarcada, então.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª
SESSÃO
PROC. Nº 0816/11 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 025/11, de autoria do Ver. Engenheiro
Comassetto, que cria o
Programa Municipal de Assistência Técnica à Moradia Social – Atemos –, revoga a
Lei Complementar nº 428, de 23 de abril de 1999, e a Lei nº 9.939, de 19 de
janeiro de 2006, e dá outras providências.
PROC. Nº 3519/11 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 179/11, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que concede o título de Cidadão de Porto
Alegre ao senhor Rolf Udo Zelmanowicz.
PROC. Nº 3685/11 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
Nº 042/11, de autoria da Mesa Diretora, que
altera o caput do art. 134 e revoga o § 1º do art. 132 e o § 2º do art.
151, todos da Resolução nº 178, de 16 de julho de 1992 – Regimento da Câmara
Municipal de Porto Alegre –, e alterações posteriores, dispondo sobre a
concessão de títulos honoríficos e sobre o período da Pauta.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 3188/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 153/11, de autoria do
Ver. Elias Vidal, que
estabelece a disponibilização de terapias naturais na rede pública
municipalizada do Sistema Único de Saúde – SUS – de Porto Alegre.
PROC.
Nº 3267/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 158/11, de autoria do
Ver. Adeli Sell, que
institui monumento com memorial em homenagem às vítimas de acidentes ocorridos
com motocicletas no Estado do Rio Grande do Sul.
PROC.
Nº 3387/11 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 022/11, de autoria do
Ver. Reginaldo Pujol, que
altera o caput do § 16 do art. 5º da Lei Complementar nº 7, de 7 de
dezembro de 1973 – que institui e disciplina os tributos de competência do
Município –, dispondo sobre o lançamento com benefício de alíquota predial de
terreno cuja edificação não seja concluída em virtude de destituição do
empreendedor por abandono de obra.
PROC.
Nº 3523/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 181/11, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que
concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Waldir Antônio Bronzatto.
PROC.
Nº 3610/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 044/11, que cria 2
(duas) Funções Gratificadas que passam a integrar a letra “c” do Anexo I da Lei
nº 6.309, de 28 de dezembro de 1988.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores e
Vereadoras; senhoras e senhores aqui presentes, venho a neste período de Pauta
apresentar à Casa o Projeto que estamos propondo, que cria o Programa Municipal
de Assistência Técnica à Moradia Social. Este Projeto de Lei tem a pretensão de
regulamentar a Lei Federal aprovada em 2008, Lei nº 11.888, que criou, em nível
nacional, a Assistência Técnica para fins da Moradia Social.
Então, nós
estamos propondo que seja criado no Município de Porto Alegre o Programa
Municipal de Assistência Técnica à Moradia Social. Este Programa consiste em
nós termos, na estrutura pública municipal, a possibilidade de atender a todas
aquelas pessoas que hoje se encontram excluídas da cidade regular ou da sua
moradia regularizada, ou seja, que possam ter o apoio público para realizar o
serviço de assistência técnica - seja ele na área da Engenharia, na área da
Arquitetura e/ou na área do Direito - para a regularização do seu lote ou para
a regularização da sua casa.
Então,
este Projeto de Lei vem, também, rever uma lei já existente, de autoria do meu
colega e companheiro Arquiteto Clóvis Ilgenfritz da Silva, ex-Vereador desta
Casa, que propôs e aprovou uma lei, mas uma lei anterior à lei nacional da
assistência técnica.
Vereador
Paulinho Rubem Berta, Ver. Brasinha, Ver. Nilo Santos, Ver. Ruas, nós nos
deparamos, no dia a dia, na CUTHAB, com a dificuldade que as comunidades têm
para encaminhar seus projetos de regularização fundiária ou de regularização
das suas moradias.
Nós
temos, hoje, em Porto Alegre, 750 vilas irregulares, e essas comunidades não
encontram apoio do Poder Público para que possam fazer a regularização do seu
projeto habitacional, para que possam fazer a regularização fundiária da sua
comunidade.
Hoje, a
Procuradoria trata de alguns projetos sob o ponto de vista da regularização na
política macro, e nós estamos propondo aqui criar esse Programa Municipal da
Assistência Técnica à Moradia Social, que hoje tem recursos disponíveis do
Governo Federal em vários programas, entre eles na Caixa Econômica Federal.
E aqui
quero falar, principalmente, aos veículos de comunicação e à imprensa aqui
presente: Porto Alegre tem hoje, aproximadamente, 40% das suas moradias
irregulares, e grande quantidade delas na periferia da Cidade. Então, essas
pessoas estão excluídas da urbanidade, e esse Programa tem a pretensão de que o
Poder Público se debruce e ofereça à sociedade que não tem condições de
contratar um arquiteto, um engenheiro ou de contratar um advogado esse serviço
de regularização de suas habitações. Então, o Programa Municipal de Assistência
Técnica à Moradia Social é uma regulamentação da Lei Federal que foi aprovada
em 05.12.2008, e que, até o momento, o Município não tratou da implementação.
Então, a nossa preocupação, a nossa sugestão e a nossa proposição é que o
Município assuma essa política através deste Projeto que oferecemos aos colegas
para o debate. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a
Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Srª
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu terei oportunidade
de me manifestar sobre o Projeto do Ver. Comassetto na próxima Sessão em que
transcorrer a Pauta, já que ele cumpre hoje a 1ª Sessão de Pauta, ao contrário
do PLCL nº 022/11, que cumpre hoje a 2ª Sessão de Pauta e que, sendo um Projeto
de minha autoria, Ver. Garcia, eu me sinto no dever de apresentá-lo para a Casa.
Na Exposição de Motivos, que é muito sucinta, Ver. Toni, eu coloco com precisão
o que é o objetivo do Projeto, dizendo o seguinte (Lê.): “Em virtude das atuais
disposições do caput do § 16 do art.
5º da Lei Complementar nº 7 (Código Tributário Municipal), de 7 de dezembro de
1973, e alterações posteriores, aplica-se a alíquota predial com benefício,
mediante requerimento dos interessados, aos empreendimentos cujas obras
acabaram interrompidas em razão da falência do empreendedor, medida que visa a
estimular a conclusão e a regularização de obras enquadradas nessas situações.
[Esse dispositivo tem essa redação, fruto de uma Emenda que apresentei há cinco
ou seis anos e que contemplava exatamente a situação criada com a falência da
Encol, que gerou um transtorno nessa área em todo o território brasileiro.
Falei, Ver. Professor Garcia, porque V. Exª era meu colega na ocasião e muito
ajudou para aprovação dessa proposição, visto que éramos assediados por
comitivas de interessados neste particular] “Situação fática semelhante ocorre
naqueles casos em que o empreendedor acaba destituído, por abandono de obra, e
essa é assumida pelos adquirentes, em condomínio. Nesse sentido, adequado se
afigura proporcionar idêntico estímulo aos adquirentes de obras enquadradas na
última situação descrita, a fim de que o desiderato principal do empreendimento
seja alcançado, qual seja a possibilidade da conclusão e, por conseguinte, da
utilização de unidades habitacionais tão necessárias à expansão da Cidade.
Para tanto, propomos a equiparação dos
imóveis das duas situações descritas, medida altamente salutar, para
proporcionar o bom desenvolvimento habitacional da Cidade.”
E aí, Ver. Toni, o que há de novidade nisso?
Simplesmente a exclusão da expressão no § 16, quando diz: “edificação não for concluída em virtude de falência do
empreendedor [aí se coloca as duas expressões] ou de sua destituição por
abandono de obra, [e se volta ao texto originário] tendo os adquirentes, em
condomínio, assumido a conclusão da obra, observado ainda o seguinte”, e no
resto se mantêm as disposições originárias. Quero dizer, Ver. Carlos
Todeschini, V. Exª, que já tem conhecimento do Projeto, estudioso que é da
matéria, que não há alteração no sentido do que está colocado. Não se cria
beneficio novo, não se promovem isenções, simplesmente se clareia de forma
absoluta o momento e as condições pelos quais o benefício contido na Lei será
concedido.
Todos
sabem que a Encol, quando faliu, como era um enorme problema, a falência foi
decretada imediatamente. Agora, nos casos desses pequenos, as falências levam
anos para serem decretadas; enquanto isso, o problema se alastra, os esqueletos
se sedimentam, o prejuízo aumenta e, o pior de tudo: a Cidade perde...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Presidente
concede tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. REGINALDO PUJOL: ...esclarecedora.
Houve pequena ressalva oferecida pela Procuradoria da Casa, que está amplamente
esclarecida em despacho que foi oferecido. Era isso, Srª Presidente, e obrigado
pela sua tolerância.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a
Pauta.
O SR. CARLOS TODESCHINI:
Srª Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; todos que nos
acompanham nesta Sessão, há três Projetos em Pauta que eu julgo serem bem
importantes. O primeiro é do Ver. Engenheiro Comassetto, que cria que o
Programa Municipal de Assistência Técnica à Moradia Social. Por que esse
Projeto é muito importante? Porque está aí o Programa Minha Casa, Minha Vida,
que vem ganhando corpo, que está crescendo e que se destina a pessoas com
famílias de baixa renda - de zero a três salários-mínimos. Essas pessoas
precisam de um apoio, precisam de uma assistência para que tenham e possam
fazer o melhor uso da moradia, assistência técnica social para manutenção do
imóvel, porque muitos moravam em condições tão precárias, que muitas vezes
sequer sabem como utilizar os equipamentos básicos como uma pia ou um vaso -
ainda se tem isso no Brasil, nos dias de hoje -; a questão da geração de renda;
a questão da manutenção do ambiente, a conservação do imóvel; a questão da
organização e da economia familiar... Isso tudo é tema desta matéria! Isso é o
que, de certa forma, a minha empresa, a Emater, faz para os agricultores, numa
outra situação.
Esta é
uma proposta que inclusive detém orçamento, ela prevê recursos em todo o
Programa Minha Casa, Minha Vida, para que as pessoas possam não só morar
melhor, mas também fazer dessa nova moradia uma nova etapa da sua vida. De
forma importante, cumprimento o Ver. Comassetto.
Em
segundo lugar, o Projeto do Ver. Elias Vidal, que prevê a inclusão, no SUS, da
prática de terapias naturais. Ver. Elias Vidal, cumprimento-o por isso, porque
estou aqui com o Projeto, estou lendo, e penso que é um ganho para todos.
Eu sou
usuário de terapias alternativas também, que é a medicina tradicional chinesa,
que me faz muito bem. Não dispenso e não critico as outras, mas elas são
auxiliares para que tenhamos uma saúde melhor, uma saúde mais universal e uma
saúde mais natural. Então tem o meu apoio integral.
Em
terceiro lugar, o Projeto do Ver. Reginaldo Pujol, que discorre sobre o seu
Projeto de forma distintiva. Ver. Pujol, o seu Projeto é uma boa iniciativa e é
um dos problemas que precisa ser atacado, porque ele se dirige, ele se
fundamenta para atender àquele universo de pessoas, de terceiros de boa-fé que
são lesados por criminosos do mercado. Não poderíamos dizer nada diferente! São
pessoas que apresentam projetos, que atraem clientes, que comercializam
imóveis, que captam todo recurso dos clientes e que, depois, quebram,
criminosamente, as empresas e somem. E aí fica ao encargo dessas pessoas,
desses usuários, que muitas vezes têm de dar conta da conclusão da obra, que
tem 30%, 40%, 50%, às vezes 60% da obra executada, mas recebem um esqueleto
abandonado e que precisa de conclusão. Então, o Projeto do Vereador prevê a
isenção do IPTU até que as obras sejam concluídas e regradas na forma de
atender a esses imóveis que são objetos de falência, que têm objetivos, muitas
vezes, de produzir grandes fraudes contra particulares, contra terceiros. Tem o
meu apoio integral, porque eu acho que é uma medida inteligente que vem ao
encontro da Cidade também. Então, parabéns Ver. Pujol.
(Não
revisado pelo orador.).
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a
Pauta.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª
Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; público que nos
assiste, vou-me deter aqui em dois Projetos. O primeiro é o Projeto de
Resolução, de autoria da Mesa Diretora, sobre a concessão dos Títulos
Honoríficos, permitindo que, a cada dois anos, se o Vereador, num ano, não der
o título, ele possa, então, no ano subsequente, conceder dois títulos. É uma
atitude louvável, mas eu acho que está na hora de esta Casa discutir a
diminuição dos Títulos Honoríficos. Eu estou Vereador há 15 anos, e acho que eu
dei quatro ou cinco títulos nesse período todo. Talvez um por Legislatura fosse
o ideal, ou dois, a cada Legislatura. A situação de conceder um a cada ano é um
excesso, já que somos 36 Vereadores. Imaginem 144 Títulos a cada Legislatura,
144 novos Cidadãos. Todos eles são merecedores, mas, talvez, nós tivéssemos que
ter um olhar diferente, um olhar mais criterioso para essa concessão, mas
entendo que o Projeto é louvável sobre este aspecto, mas acho que nós temos que
evoluir para que seja um por Legislatura ou, no máximo, dois. Nós temos um
Troféu aqui, o Câmara Municipal de Porto Alegre, que é um por Legislatura.
E o outro
é o Projeto do Ver. Reginaldo Pujol. Recentemente, há uns três meses, um
repórter do jornal Zero Hora nos procurou para contarmos um pouco da nossa
história pessoal. Em 1978, nós criamos um grupo de 19 professores que trabalhavam
na Secretaria de Educação - na época, eu tinha 26 anos - e constituímos uma
cooperativa. Compramos um terreno na Rua Dona Ondina, nº 120. Em 1979,
começaram as obras que tinham um prazo de três ou quatros anos. Compramos o
terreno em 24 meses, na época financiado pela Caixa Econômica Estadual, com
desconto em folha de pagamento dos professores, e fizemos um empréstimo
habitacional pelo IPE. A obra começou em 1979; em 1981, a construtora para a
qual tínhamos dado uma procuração para fazer a obra faliu. Faliu a construtora,
e começou o nosso calvário: o IPE nos cobrando, dizendo que tínhamos dívida;
nós, com uma ação contra o IPE; o vizinho lindeiro nos cobrando, porque estava
desbarrancando o terreno. Em 1979, nós compramos o terreno; em 1981, parou a obra.
Somente em 2001 - há dez anos - terminou a ação. Quer dizer, a ação levou 20
anos. No final da ação, cada um dos 19 devolveu, em dação, sua parte do terreno
ao IPE e pagou R$ 5 mil para o lindeiro, para que seu nome deixasse de constar
como proprietário. Eu, por exemplo, me lembro de que aparecia como proprietário
do apartamento nº 404, na Rua Dona Ondina, um apartamento que nunca existiu! A
obra foi invadida e, ainda hoje, está lá. Quando o jornal Zero Hora me
procurou, eu disse que nem gostaria de falar no assunto, porque foi uma página
que nos marcou muito. Alguns colegas compraram imóveis e perderam o dinheiro
que deram como entrada porque não tiveram como fazer um novo financiamento. Nós
padecemos com isso. Somente em 2003, eu consegui comprar algo em Porto Alegre -
eu tinha uma casa na praia - porque, na realidade, a gente fica preso a esse
tipo de imbróglio. Falo como alguém que, durante 20 anos da sua vida,
sistematicamente, acabou se incomodando e dando explicação por uma situação com
a qual não tem a mínima coisa a ver.
Vou
estudar mais o Projeto do Ver. Pujol, mas entendo que, em princípio, a ideia é
boa. Então, nós temos que trabalhar um pouco mais em cima disso.
Sobre a
concessão de títulos de Cidadão, eu gostaria de conversar com os Srs. Vereadores
mais adiante para que pudéssemos diminuir a quantidade; talvez um título por
ano seja muito, mas gostaria de discutir mais o assunto. Muito obrigado, Srª
Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Cumprimento o Jornalista Flávio Pereira, que se encontra no
plenário, muito querido por todos nós.
O Ver.
Alceu Brasinha está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O
Ver. Elias Vidal está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ELIAS VIDAL:
Eu quero cumprimentar a nossa Presidente, Sofia Cavedon; os Srs. Vereadores, as
Sras Vereadoras. Eu venho a esta tribuna para fazer não digo uma
defesa, mas uma reflexão positiva sobre um Projeto de Lei de nossa autoria que
está protocolado nesta Casa, em 2ª Sessão de Pauta, que estabelece a
disponibilização de terapias naturais na rede pública municipalizada do Sistema
Único de Saúde - SUS - de Porto Alegre. Gostei da fala do Ver. Todeschini, uma
fala com muita coerência, porque é muito comum, todos nós nos valemos de alguma
terapia alternativa, como a acupuntura, a ortomolecular. Há tantas propostas de
trabalhos sérios, e isso vem se somar à Medicina.
O Sr. Alceu Brasinha:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Elias Vidal, eu estava
olhando e, até quando V. Exª me solicitou o tempo, eu estava pensando no seu
Projeto. Como seriam implantadas essas terapias naturais? Onde está o
profissional dessas terapias? Como seria implantado esse serviço no SUS? Isso
que eu gostaria que V. Exª explicasse.
O SR. ELIAS VIDAL: Eu
não sei se vou saber responder ao nobre Vereador, porque todo projeto tem as
suas etapas. A etapa nossa, como Legislador, é fazer a lei. Se o Prefeito
sancionar a lei é porque, na ótica dele, a lei é boa. Como esta lei já foi
aprovada em São Paulo, Fortaleza, Erechim, Guarulhos, em muitos lugares no
Brasil, eu acho que, depois, num segundo momento, veremos como eles fizeram a
execução. Eu acredito que os técnicos, as pessoas abalizadas do Governo e da
Secretaria da Saúde... Na realidade, o que precisamos pensar, Ver. Brasinha, é
que não podemos fazer “briga de beleza”, de vaidade, porque o paciente é o bem
maior. Nós temos uma demanda reprimida de profissionais na área da Saúde, e eu
acredito que todos esses outros profissionais viriam para somar, sem roubar o
lugar de ninguém.
O Sr. Alceu Brasinha: Obrigado,
Ver. Elias.
O
SR. ELIAS VIDAL: Vossa Excelência me
permite, Ver. Brasinha, eu ainda gostaria de ler alguns detalhes que eu acho
importantes (Lê): “As terapias naturais caracterizam-se por serem modalidades
sistemáticas e integradoras, que buscam cuidar do ser humano sem separar o
corpo da alma”. Esse tipo de terapia é uma proposta para trabalhar o interior,
trabalhar a parte psicossomática da pessoa. Muitas vezes, o indivíduo está com
câncer, mas é porque ele está em depressão contínua e não resolve a depressão,
que é por um problema “x”. Então, são propostas diferenciadas que eu acho que
vêm a se somar.
O
Sr. Alceu Brasinha: Justamente,
Vereador, quando V. Exª falou, eu fiquei preocupado. Vossa Excelência conhece
alguém que já foi curado por alguma terapia natural?
O
SR. ELIAS VIDAL: Se eu conheço alguém?
(Pausa.) Bom, eu poderia lhe responder o seguinte: eu acho que muitos conhecem
muita gente que se recuperou com terapias. Eu poderia citar familiares, mas,
por uma questão ética, eu não vou dizer nomes.
O
Sr. Alceu Brasinha:
Obrigado, Vereador.
O
SR. ELIAS VIDAL: Respondi? (Pausa.) Eu
poderia citar pessoas muito próximas a minha família, mas eu não estou
autorizado a dizer seus nomes, por uma questão ética.
Vejam bem um detalhe importante (Lê.): “Existem diversas modalidades de terapias naturais, como massoterapia, fitoterapia, terapia floral, acupuntura, hidroterapia (...)”. E é muita terapia...
(Som cortado automaticamente por limitação
de tempo.)
(Presidente
concede tempo para o término do pronunciamento.)
O SR. ELIAS VIDAL: ...Para
concluir, Srª Presidente: terapia ortomolecular, que é muito respeitada também,
ginástica, terapia na água, nas piscinas, terapia de crianças com animais,
enfim, são tantas as propostas que todos dizem que fazem bem. (Lê.): “Assim, a
exemplo dos Estados do Rio de Janeiro e do Mato Grosso do Sul, e das cidades de
Guarulhos, Fortaleza, Santos, São Paulo e Erechim, que já aderiram por meio de
Lei à implantação de terapias naturais nas redes públicas de saúde locais, o
Município de Porto Alegre não pode ficar alheio ao desenvolvimento dessa forma
de cuidar da saúde”. Então, eu peço aos nobres Pares que considerem a
possibilidade de nós darmos uma grande contribuição à Saúde pública com
terapias...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Encerrada
a Pauta.
Nós estamos em plena Semana da
Consciência Negra, e quero aqui lembrar aos Vereadores e às Vereadoras que há
uma programação intensa organizada pela nossa Comissão, nesta Casa. A Comissão
está muito feliz, fez uma abertura muito bonita; nós tivemos aqui a filha do
homenageado fazendo uma fala importante. Mas eu tenho, Ver. Dib, que transmitir
a V. Exª a inconformidade de todo esse grupo plural do Movimento Negro
Unificado com a não realização, pelo Governo Municipal, da estrutura no Largo
Zumbi dos Palmares. Eles estão, inclusive, transferindo atividades, estão
pedindo socorro - esta Presidente recebeu um e-mail. Nós estamos tentando localizar o Coordenador da questão do
negro na Prefeitura, porque ele também não atende ao telefone, não atende às
entidades. Nesta semana, no Largo Zumbi dos Palmares era para ter um grande quilombo
central instalado, e a Prefeitura não entrou com a estrutura e não responde ao
Movimento. É claro que, agora, a Câmara está acolhendo algumas atividades que
seriam lá - algumas seriam aqui; outras, em outros lugares -, mas a Câmara não
tem como providenciar, de uma hora para outra, a estrutura. O Movimento Negro
está pedindo ajuda à Câmara de Vereadores. Eu peço ao Líder do Governo que
verifique e que possa nos ajudar, porque não conseguimos contatar com o
Coordenador da temática do negro na Prefeitura de Porto Alegre - nem nós, nem
as entidades.
A nossa
Câmara está muito bonita, vocês viram a apresentação dos painéis, nós temos
dois filmes relativos à temática. E, domingo, a partir das 17h, teremos uma
atividade muito bonita, com a entrega de um dos únicos poucos Prêmios que esta
Casa manteve, que marca a Semana da Consciência Negra e as pessoas que lutaram
para a libertação dos negros e negras e para a construção dos seus direitos.
Era com
estas palavras que eu queria encerrar a Sessão, convidando todos e todas a
participarem da Conferência organizada pela Frente Parlamentar de Incentivo à
Leitura, aprovada pela Mesa Diretora. Nós teremos o escritor e roteirista Tariq
Ali, às 19h, neste plenário. Eu pude assisti-lo na Feira do Livro; e ele, de
fato, tem uma análise da conjuntura especialmente da cultura do Oriente Médio,
Ásia e Europa, e nos traz elementos muito importantes de análise do atual
momento da Primavera Árabe, dos movimentos estudantis no mundo, além,
obviamente, da sua contribuição literária.
Então,
hoje à noite, Tariq Ali, conosco. Que todos possamos aproveitar e divulgar em
nossos e-mails. É mais um dos debates
capitais desta Câmara organizado pela nossa Frente Parlamentar de Incentivo à
Leitura.
Bom
descanso a todos e todas.
(Encerra-se
a Sessão às 17h1min.)
* * * * *